Análise de osso do pescoço sugere que hominídeos extintos há 30 mil anos
tinham capacidade de vocalização similar à do Homo sapiens.
Os neandertais teriam a habilidade de falar como os humanos modernos.
A descoberta, que contraria o que se pensava sobre a capacidade de
vocalização desta espécie antiga de hominídeo extinta há 30 mil anos,
foi feita a partir da análise de um osso do pescoço de um esqueleto
quase completo de um neandertal encontrado em 1983 numa caverna em
Kebara, Israel.
Chamado hioide, o osso em forma de ferradura serve de
base de apoio para a língua e seu formato e posição no corpo humano são
fundamentais para a articulação de sons em palavras.
A ideia de que os neandertais podiam falar já tinha sido aventada em
estudo feito com o mesmo fóssil em 1989, mas acabou rechaçada por muitos
especialistas.
Agora, porém, uma equipe de pesquisadores da
Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, fez uma imagem de raio x
em três dimensões do osso e, com a ajuda de modelos mecânicos,
observaram como o hioide do neandertal se comportaria com relação aos
demais ossos, músculos e cartilagem em torno dele.
- Este é um
importante passo à frente. Mostramos que o hioide de Kebara não apenas
se parece com o dos humanos modernos como era usado de uma maneira bem
similar – disse à BBC Stephen Wroe, líder da equipe da universidade
australiana e principal autor de artigo sobre o estudo, publicado no
periódico online de acesso aberto “Plos One”.
- Muitos diriam que nossa
capacidade de falar e ter uma linguagem está entre as características
fundamentais que nos fazem humanos. Assim, se os neandertais também
tinham uma linguagem, então eles também eram verdadeiramente humanos.
Wroe,
no entanto, reconhece que seu estudo não é uma prova definitiva de que
os neandertais podiam falar e talvez tenham desenvolvido uma linguagem
complexa.
- Fomos muito cuidadosos em não sugerir que provamos
algo acima de qualquer dúvida, mas acredito que o estudo vai ajudar a
convencer um grande número de especialistas e influenciar a opinião
geral (sobre o assunto) – concluiu.
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