Um grupo de cientistas italianos, do Instituto EURAC da Itália e da
Universidade de Viena da Áustria, encontrou algo bastante inesperado na
múmia Ötzi, que possui mais de 5 mil anos de idade.
O chamado “Homem do
Gelo” viveu nos Alpes da Áustria e da Itália e é estudado por diversos
cientistas há anos – Ötzi já teve suas células extraídas para que os
cientistas descubram mais sobre seu corpo milenar e decodifiquem o seu
genoma.
Nas últimas pesquisas, os cientistas identificaram nos ossos dos
quadris de Ötzi algo muito imprevisto: evidências da bactéria conhecida
como Treponema Denticola.
Mais do que isso, o próprio DNA da bactéria
pôde ser identificado dentro dos ossos de Ötzi, o que deixa bastante
claro para os estudiosos que o “Homem do Gelo” sofria de periodontite –
grupo de doenças inflamatórias que afetam os tecidos periodontais, como
os tecidos que envolvem e fixam o dente à cavidade bucal.
O mais espantoso não é identificar algum tipo de doença que Ötzi
possuía em seu corpo (apesar de isso também ser impressionante), porém o
fato de um osso tão antigo ainda guardar dados tão precisos, além do
DNA da própria bactéria que viveu dentro do organismo do “Homem de
Gelo”. Os indícios garantem que a bactéria não colonizou o corpo após a
morte de Ötzi, porém o parasitou enquanto vivo.
"Esse DNA não humano é derivado principalmente de bactérias que
normalmente vivem sobre e dentro do nosso corpo. Somente a interação
entre certas bactérias ou um desequilíbrio dentro desta comunidade
bacteriana podem causar certas enfermidades. Portanto, é muito
importante reconstruir e compreender a composição da comunidade
bacteriana mediante a análise dessa mescla de DNA", afirma Thomas
Rattei, coautor do estudo.
O interessante é que o DNA da bactéria foi encontrado no quadril e
não próximo da boca, região onde a bactéria supostamente agiu. Segundo
os indícios levantados, é possível que a bactéria tenha se deslocado até
os ossos dos quadris pela corrente sanguínea.
A descoberta do DNA
intruso possui um papel muito importante na futura conservação da múmia
Ötzi. Os resultados do estudo foram publicados na revista especializada
Plos One.
Fonte: Megacurioso
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