Um número indeterminado de novos fósseis de dicinodontes,
antepassados distantes dos mamíferos com 256 milhões de anos, foi este
mês descoberto em Niassa, no norte de Moçambique, por uma equipe de
paleontólogos liderada pelo português Ricardo Araújo.
A descoberta de inúmeros fósseis de animais petrificados em Niassa
aconteceu no decurso de uma nova expedição do Museu Nacional de
Geologia, no âmbito do Projeto denominado PalNiassa, disse à Lusa o
paleontólogo português.
"Os fósseis descobertos são sobretudo de animais extintos chamados
dicinodontes, que são antepassados distantes dos mamíferos, logo
antepassados também dos homens", afirmou em comunicado enviado à Lusa.
"Estas descobertas únicas, não só enriquecem o patrimônio
paleontológico moçambicano, mas também permitirão perceber as
transformações anatômicas que deram origem ao modelo craniano típico
dos mamíferos", acrescenta-se na nota.
No comunicado, a equipe de cientistas de várias instituições e
nacionalidades, nomeadamente moçambicanas e portuguesas, assinalou que
os primeiros fósseis de vertebrados foram descobertos na região em
1949, e, entretanto, recolhidos pontualmente por brigadas de
cartografia geológica nas décadas de 1950, 1960 e 1970.
"Contudo, só 2009 as expedições organizadas pelo Museu Nacional de
Geologia (Moçambique) estão focadas sistematicamente em recolhas
paleontológicas. Na expedição deste ano, o número e qualidade dos
fósseis recolhidos superou largamente as expectativas", assegurou
Ricardo Araújo.
O trabalho envolvido no PalNiassa, liderado pelo paleontólogo Ricardo
Araújo, Luís Costa Júnior e Rui Castanhinha, é um programa científico
multidisciplinar fruto de cooperação internacional que conta com a
participação de mais de duas dezenas de cientistas de três continentes
diferentes com o objetivo de descobrir, estudar e preservar o
patrimônio paleontológico moçambicano.
No ano passado, a mesma equipe do projetoPalNIassa, que pretende
impulsionar a investigação científica moçambicana em especial no
domínio da paleontologia e estudos avançados, descobriu e publicou um
estudo do primeiro fóssil de vertebrado de Moçambique, o "Niassodon
mfumukasi", na revista científica internacional PLoSONE.
Fonte: DNoticias
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