O zero é um número enigmático e de efeitos filosóficos e matemáticos
ilimitados. Mas... Quando foi a primeira vez que um homem escreveu um 0?
Em que parte do mundo, em que cultura começou a história do número que
não representa quantidade alguma?
O matemático israelense Amir Aczel é fascinado por essas perguntas há
muito tempo e não descansou até encontrar uma resposta.
Uma vez que os
romanos e os egípcios não utilizavam esse algarismo, acreditava-se que o
primeiro zero da história era um círculo desenhado no templo indiano
de Gwalior, na Índia, do século IX. E foi o hindu Brahamagupta, que
viveu entre 598 e 668 d.C., quem introduziu o número zero como definição
de uma quantidade nula.
Em 1931, o pesquisador francês George Coedes identificou, no Camboja,
um relevo como K-127, uma espécie de “nota fiscal” na qual ele leu o
número 605, cifra que conta com um zero e determina o ano em que o
achado foi escrito, dois séculos antes do templo de Gwalior e
contemporâneo de Brahamagupta. Por isso, ele deduziu que era um dos
primeiros zeros escritos pelo homem.
Amir Aczel passou anos em busca do do K-127. Ele esteve a ponto de
desistir, após gastar suas próprias economias em viagens para Londres,
Nova Déli e o Camboja, até receber uma bolsa do Ministério Cambojano de
Cultura e ser encaminhado aos locais de restauração e ao depósito de
objetos do complexo de Angkor Wat, onde, há alguns meses, ele encontrou a
pedra catalogada com o famoso K-127. A pedra possui 1m x 1,5m de
tamanho e ainda conserva a inscrição de forma clara.
Agora, Aczel está
tentando fazer que esse zero, o mais antigo já escrito pelo homem, seja
custodiado e exposto no museu de Camboja.
Fonte: History
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