Há 10 mil anos, um homem foi morto com um golpe de lâmina feita de vidro vulcânico direto na sua cabeça. O corpo dele foi enterrado junto com 26 outros em um local chamado Nataruk, que fica a 30 km do Lago Turkana, no norte do Quênia, perto da fronteira com a Etiópia.
Os
esqueletos dessas pessoas foram encontrados por cientistas da
Universidade de Cambridge e a descoberta publicada na revista Nature na
quarta-feira (20).
Eles afirmam que as 27 pessoas que viveram
Idade da Pedra foram vítimas do massacre mais antigo que se tem notícia,
sendo elas 21 adultos e seis crianças –a maioria delas na faixa dos 6
anos de idade.
Elas foram atacadas por um tropa armada com flechas, tacapes,
lâminas de pedras nas margens do lago. Um dos esqueletos encontrados
tinha dois afundamentos no crânio, provavelmente causados por golpes de
tacapes. Uma mulher nos últimos estágios da gravidez foi enterrada com
as mãos e pés atados.
Em entrevista à agência Reuters, a
paleoantropóloga Marta Mirazon Lahr, da Universidade de Cambridge,
afirmou que evidências indicam que essas pessoas eram nômades – caçavam
animais, pescavam e coletavam vegetais para sobreviver – e sofreram um
ataque premeditado por invasores, provavelmente de outra região. A
região de Nataruk teria se tornado bastante fértil após a última idade
do gelo, segundo testes feitos com carbono 14 feitos nas ossadas
encontradas.
Antes da descoberta, os cientistas pensavam que
conflitos armados entre homens haviam surgido quando os humanos passaram
a formar assentamentos, e não quando eram nômades. O ataque sugere que
os recursos do grupo, como água, alimentos, foram considerados valiosos
pelos invasores e teriam sido o motivo do ataque.
Lago Turkana: importantes vestígios de pré-história
Cientistas haviam anunciado que ferramentas de pedra de 3,3 milhões de
anos tinham sido encontradas nas proximidades do lago Turkana no ano
passado, incluindo lascas afiadas que podem ter sido usadas para cortar
carne de carcaças de animais e martelos rudimentares talvez empregados
para abrir castanhas ou tubérculos. Elas eram 700 mil anos mais antigas
do que quaisquer outras ferramentas de pedra já descobertas.
A nossa espécie, Homo sapiens,
tem 200 mil anos. Mas, o membro mais antigo do gênero Homo tem 2,8
milhões de anos e o fóssil mais antigo dele foi encontrado na Etiópia,
vizinho do Quênia. Trata-se de uma mandíbula de um hominídeo achada em
2013, que aponta que a divisão do gênero "Homo" ocorreu quase meio
milhão de anos antes do que se tinha concluído anteriormente.
Fonte: UOL
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