Sequenciamento genético poderá ajudar na compreensão de mecanismos para a adaptação a ecossistemas.
tem cerca de 31 mil genes, oito mil a mais que o do ser humano. O vasto código genético além de surpreender pesquisadores representa a abertura de um novo caminho para a compreensão da interação dos genes com o ambiente.
Mais de um terço dos genes do crustáceo nunca haviam sido documentados em outro organismo. O motivo de um código genético tão complexo, segundo os pesquisadores, é a duplicidade de genes.
"O número de genes no código da Daphnia é grande porque seus genes estão se multiplicando, criando cópias a uma taxa muito superior se compararmos à outras espécies", disse disse o coordenador do projeto John Colbourne publicado na revista científica Science.
"Nós estimamos uma taxa que é três vezes maior que a de outros invertebrados e 30% maior do que a dos humanos."
“O grande objetivo deste projeto é poder entender como animais respondem a mudanças em seu ambiente.
Neste caso descobrimos que estes genes são diagnósticos em relação a esta fisiologia, a esta saúde em um ecossistema. A meta será medir as mudanças que acontecem em seus genes”, Colbourne.
O inabalável
A Daphnia pulex é muito estudada por cientistas, tanto por sua capacidade de se reproduzir sem a presença de machos como por causa das estratégias utilizadas para se adaptar e defender.
O crustáceo é capaz de formar espinhos na cauda ou dentes no pescoço como resposta a predadores e conseguem responder rapidamente a variações de acidez na água, presença de toxinas, baixa concentração de oxigênio, alterações de temperatura e baixa quantidade de alimento.
“Nossos estudos iniciais revelaram que os genes da Daphnia evoluíram para se aperfeiçoar as mudanças do ambiente”, disse Colbourne.
A análise dos genes que pode auxiliar cientistas a elaborar processos para gerenciar recursos hídricos e proteger a saúde humana de poluentes químicos no ambiente.
Além disso, o estudo pode servir como uma forma de entender como humanos podem responder a desafios ambientais.
Além do monitoramento ambiental, o estudo também pode ser aplicado para o desenvolvimento de biocombustíveis.
"Quando criamos algas em grandes tanques ao ar livre para a produção de biocombustíveis, eles são invadidos por colônias de Daphnia pulex", disse Michael Pfrender, da Universidade de Notre Dame, que também participou do projeto, em um comunicado. "Estamos diante de muita coisa para aprender sobre como controlar estes crustáceos ou como usá-los para coletar hidrocarbonetos”, disse.
Fonte: IG
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