terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

"BEJAR": UM PEDAÇO DE COMETA QUE CAIU EM SALAMANCA, ESPANHA




Com um peso de duas toneladas, foi visto na Península Ibérica em julho de 2008. O bólido, identificado por astrônomos espanhóis, viajou à 106,500 quilômetros por hora.

Uma imensa rocha com quase duas toneladas, que colidiu contra a atmosfera da Terra em 11 de julho, viajou para a Terra de um cometa da família de Júpiter, como um grupo de pesquisadores espanhóis revelou.

O evento, um dos mais brilhantes dos últimos 10 anos, pode ser visto da Espanha a Portugal no Verão passado, e sua desaceleração para atravessar a atmosfera da Terra, ocorreu sobre a província de Salamanca, especificamente sobre a cidade de Bejar, a que deve o seu nome. Foi lá que ocorreu o pico de luminosidade da gigantesca bola de fogo.

O bólido, que foi gravado pela câmera da Rede Espanhola de Investigação sobre bólidos e meteoritos, é parte de uma corrente de meteoróides conhecida como as Omicron Draconidas, que surgiram após a desintegração do cometa C1919Q2 Metcalf, durante o século passado.

Os autores do trabalho que será publicado na revista "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society", são os pesquisadores Josep Maria Trigo, do CSIC, e do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha, José María Madiedo, da Universidade de Huelva, Iwan Williams, da Universidade britânica Queen Mary e Alberto Castro-Tirado, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia.


Possíveis meteoritos



"É interessante identificar o fragmento de um cometa com consistência suficiente para sobreviver a sua súbita interação com a atmosfera.

Até agora não recuperamos qualquer meteoro procedente de um cometa. Acreditamos que os cometas que se desintegram poderiam conter rochas de grande consistência em sua estrutura interna ", diz Josep Maria Trigo.

Segundo as suas estimativas, a bola de fogo atingiu uma altura de 22 quilômetros da Terra.

Dias antes de atingir o nosso planeta, na noite do dia 3 para 4 de julho, a equipe de investigadores já havia detectado uma explosão nas Omicron Draconidas.

As órbitas de três das partículas detectadas no espaço parecem estar associadas com a rocha "Béjar" como com a desintegração do cometa, segundo a análise dos peritos.

Os pesquisadores esperam que a rocha tenha produzido meteoritos. "Seria um marco científico", asseguram. Até o momento, só a sonda "Stardust" recuperou pequenas lâminas de rochas de um cometa.


Fonte: El Mundo

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