Usando simulações de computador para analisar a sequência de fragmentos de DNA a partir de 12 fósseis de neanderthais, os pesquisadores descobriram que a espécie pode ser separada em três, ou talvez quatro grupos genéticos distintos.
A evidência aponta para um subgrupo de Neanderthais na Europa Ocidental, outro no Sul da Europa, perto do Mediterrâneo, uma terceira na Europa Oriental e no Oriente Médio, e eventualmente, um quarto na Ásia Ocidental. Estes grupos foram estudados antes, mas este é o primeiro estudo que analisa dados de DNA para procurar variações genéticas diferenciando os subgrupos.
Os Neanderthais foram uma espécie de hominídeo que viveu entre 130.000 e 30.000 anos atrás. Eles coexistiram com a espécie homo sapiens por um tempo, e podem mesmo ter cruzado com ela.
"Porque os Neanderthais viviam em um território muito grande, e sua evolução ocorreu durante muito tempo, perguntamos se houve sub-populações, ou se foi uma única população", disse a pesquisadora Silvana Condemi, uma paleoantropologa da Université de la Méditerranée-CNRS-EFS na França.
"Outros estudos apontam diferenças entre os Neanderthais e os humanos modernos. Pela primeira vez estamos trabalhando apenas com Neanderthais e tendo em conta a diversidade dentro desse grupo."
Condemi e Virginie Fabre e Anna Degioanni, também da Université de la Méditerranée, descreveram as suas conclusões na edição de 13 de Abril da revista PLoS ONE.
As pesquisadoras testaram várias hipóteses, incluindo todos os Neanderthais que pertenciam a uma única população homogênea, ou Neanderthais que poderiam ser divididos em dois, três, ou mais subgrupos. Elas descobriram que os dados dos modelos de três ou quatro subgrupos se ajustavam melhor para explicar as discrepâncias genéticas observadas nas amostras.
As autoras admitem que a sua categorização é baseada em dados limitados, uma vez que só têm sequências de fragmentos de DNA mitocondrial de uma pequena amostra de indivíduos.
Alan Mann, paleoantropologo da Princeton University, concordou, e disse que é muito cedo para tirar conclusões sobre subpopulações porque não existem dados de indivíduos da África ou Sudeste da Ásia.
"Minha opinião é que essa investigação é muito interessante, mas é muito prematuro em nosso estudo tirar conclusões generalizadas e preliminares", disse ele numa entrevista por telefone. "Eu gosto dos dados apresentados. Mas neste momento temos de ser extremamente cautelosos sobre o que fazemos exatamente."
No futuro, os pesquisadores gostariam de comparar os seus dados genéticos com aquilo que é conhecido sobre as distinções físicas entre os Neanderthais de diferentes regiões, bem como as diferenças culturais, tais como as ferramentas únicas utilizadas entre as diferentes populações.
"O que é bom é que existem algumas variações na genética, e vemos também nos ossos e dentes que há alguma variação," disse Condemi a LiveScience. "Demos uma confirmação de que os Neanderthais não eram um grupo homogêneo".
Não se sabe ao certo o que causou o desaparecimento dos Neanderthais, enquanto nós Homo sapiens sobrevivemos até os dias de hoje, mas as prováveis razões para o seu desaparecimento foram a concorrência com o homem e as alterações climáticas.
Fonte: Live Science
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