sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Darwinopterus recém-descoberto é real, afirmam especialistas

Estudos posteriores de mais de 20 esqueletos fossilizados convenceram os paleontólogos de que o pterossauro do tamanho de um corvo era uma descoberta real


Pode parecer tão improvável quanto um lebrílope (cruzamento de lebre e antílope), mas o recém-descoberto pterossauro é real, afirmam paleontólogos.

Cientistas da Universidade de Leicester, no Reino Unido, viram pela primeira vez imagens dos fósseis do réptil voador no começo deste ano, e "nosso primeiro pensamento foi, 'Ah minha nossa, parece ser uma farsa", disse o coautor do estudo David Unwin.

Isso porque a criatura de 160 milhões de anos tem a mesma cabeça grande de seus descendentes, enquanto o resto de seu corpo, incluindo sua longa cauda, parece ser composto por formas mais primitivas de predadores.

No entanto, estudos posteriores de mais de 20 esqueletos fossilizados, desenterrados de um antigo leito de lago no nordeste da China, convenceram a equipe de que o pterossauro do tamanho de um corvo era uma descoberta real.

Os dentes afiados e as longas mandíbulas do fóssil recém-descoberto, bem como seu suposto andar desajeitado, significam que a criatura talvez caçasse como um falcão moderno, disse Unwin.

Como é mostrado no desenho, o predador provavelmente perseguia outros pequenos animais, como mamíferos planadores e espécies emplumadas de dinossauro, que haviam começado a tomar conta dos céus.

Unwin e colegas batizaram a nova espécie de Darwinopterus, que significa "asa de Darwin", em homenagem ao aniversário de 150 anos do livro "A Origem das Espécies" de Charles Darwin. "Gostamos de pensar que se Darwin estivesse aqui... ele ficaria feliz em ter um pterossauro com o seu nome", Unwin disse.


Transpondo a Lacuna


Os pterossauros dominavam os céus da era Mesozóica, que durou entre 250 e 65 milhões de anos atrás.

Mas existe uma lacuna evolucionária entre os pequenos pterossauros antigos e os mais modernos, que atingiram proporções gigantescas e, diferente de seus ancestrais, eram capazes de andar.

"Nosso novo pterossauro é ótimo, porque ele se encaixa exatamente na lacuna que conhecíamos", disse Unwin, cuja pesquisa aparece hoje no periódico Proceedings of the Royal Society B.

Thomas R. Holtz, Jr., paleontólogo de vertebrados da Universidade de Maryland, em College Park, disse que o Darwinopterus "é realmente uma criatura bacana, porque associa duas grandes fases da evolução do pterossauro."

Os pterossauros eram tão diversificados e cruciais para seus ecossistemas quanto os pássaros de hoje, acrescentou Holtz, que não esteve envolvido na pesquisa.

"Se estivéssemos existido na era Mesozóica", ele disse, "haveria pessoas especialistas em pterossauros da mesma forma que temos ornitólogos" hoje.


Fonte: Terra



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