segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"Pré-extintos", linces ibéricos ganham projeto de repovoamento

Principal objetivo é conseguir que exemplares de lince ibérico (Lynx pardinus) sejam posteriormente reintroduzidos na natureza


O primeiro de 16 linces que vão ser introduzidos em Portugal para evitar a extinção da espécie, que existe apenas na península Ibérica, chega nesta segunda-feira ao centro nacional de reprodução em Silves, no Algarve, sul do país.

A fêmea de cinco anos chama-se Azahar, nome árabe para flor de laranjeira. Não nasceu em cativeiro e quase engravidou no ano passado, suspeitando-se que para o insucesso tenha contribuído o estresse urbano do seu atual habitat no parque de Jerez de la Frontera, disse fonte do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB).

Desde a década de 80 não existem populações estáveis de lince em Portugal, embora em 2000 tenham sido recolhidos dejetos de lince que comprovaram a sua presença em território nacional e, desde então, tenham sido registrados alguns avistamentos da espécie em locais próximos da fronteira com Espanha.

"Não sabemos se existe atualmente algum lince em Portugal. Pode existir, mas não é uma população estável. É esse repovoamento que pretendemos fazer", disse a coordenadora executiva para o Plano de Ação do lince, Lurdes Carvalho.

O principal objetivo do plano é conseguir que Azahar e os outros 15 linces, que deverão chegar a Portugal no próximo mês, possam mais tarde ser reintroduzidos na natureza e conservar a espécie em Portugal, ameaçada há várias décadas.

A serra da Malcata e o sul de Portugal são duas regiões do país onde se pretende fomentar a reprodução do coelho bravo, entre outras medidas, para poderem acolher o lince em liberdade, mas no sul a situação é mais difícil por muitos dos terrenos serem de privados.

O lince ibérico (Lynx pardinus) é considerado o felino mais ameaçado do mundo e, de acordo com o último censo nacional da espécie, está em fase de pré-extinção em Portugal.

O centro de recuperação do lince em Silves está fechado ao público. A construção do local foi feita com fundos da Águas de Portugal do Algarve, como medida de compensação da Barragem de Odelouca, e com fundos comunitários.


Fonte: Folha Online



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