sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Submarinos japoneses da 2ª Guerra são achados perto do Havaí

Os destroços do submarino japonês I-14 estão no fundo do mar do Pacífico, perto do Havaí


Na quinta-feira, pesquisadores anunciaram a descoberta de dois submarinos japoneses da Segunda Guerra Mundial, entre os quais um equipado para carregar aviões e atacar cidades americanas e o canal do Panamá, em águas profundas ao largo do Havaí, onde eles foram afundados 63 anos atrás.

Os submarinos, que estavam entre os cinco capturados por forças americanas ao final da guerra e trazidos ao Havaí para estudos, foram localizados ao largo da ilha de Oahu a uma profundidade de 780 metros, com o uso de submersíveis do Laboratório de Pesquisa Submarina do Havaí, que é financiado pela Administração Nacional da Atmosfera e Oceano (NOAA) e opera do campus da Universidade do Havaí em Manoa.

Os cinco foram rebocados para o mar alto em 1946 e torpedeados, e os pesquisadores disseram que um dos prováveis motivos era evitar revelar os detalhes de sua tecnologia às forças armadas soviéticas.

Uma das embarcações japonesas, o I-201, tinha capacidade de atingir velocidade subaquática da ordem de 20 nós, o que o tornava um dos mais rápidos submarinos a diesel já construídos.

Como outros submarinos japoneses, ele tinha um revestimento emborrachado no casco, inovação que tinha por objetivo torná-lo menos perceptível para os sonares e radares.

O outro, o I-14, era muito maior e mais lento, e foi projetado para carregar dois pequenos aviões, do modelo Aichi M6A Seiran.

Os aviões, que tinham asas e caudas dobráveis e eram capazes de carregar um torpedo ou uma bomba de 810 quilos, ficavam abrigados em hangares à prova de água no interior do submarino.

Podiam ser transportados ao convés e lançados por meio de uma catapulta. (O único Seiran remanescente da guerra faz parte do acervo da Smithsonian Institution.)

Somada à descoberta, quatro anos atrás, do I-401, um dos dois vasos japoneses que foram os maiores submarinos não nucleares já construídos, a descoberta "nos oferece um bom panorama de algumas das melhores tecnologias desenvolvidas no período final da guerra" pelos japoneses, disse Hans von Tilburg, do programa nacional de santuários marinhos da NOAA.

A busca também foi patrocinada pelo National Geographic Channel, que produziu um documentário cuja estreia acontece na próxima terça-feira.

Terry Kerby, o diretor de operações e piloto chefe do laboratório, disse que seu grupo vinha buscando por destroços da Segunda Guerra Mundial desde 1992, durante mergulhos de "teste e exame", nos quais as tripulações testam os sistemas dos submersíveis antes de grandes missões de exploração científica.

"Os grandes submarinos I tinham posição elevada em nossa lista", afirmou Kerby em entrevista coletiva telefônica.

Kerby afirmou que a localização do I-401 ajudou os pesquisadores a determinar a posição do I-14.

Quando a descoberta do I-401 foi anunciada, pessoal reformado da marinha americana contatou o laboratório para descrever o que havia acontecido a alguns dos demais submarinos.

Um dos marinheiros enviou um filme de 16 milímetros com imagens do I-14 sendo torpedeado. Enquanto filmava, ele moveu a câmera para mostrar Diamond Head e outros marcos da costa havaiana.

"Conseguimos identificar alguns daqueles marcos, triangular a posição em que o marinheiro se encontrava e identificar a área geral em que o I-14 afundou", disse Kerby.

O objetivo desses submarinos era o de ameaçar diretamente o território dos Estados Unidos, mas nenhum deles atacou.

Foram desenvolvidos tarde demais durante a guerra, e o serviço de informações americanos estava inteirado da ameaça.

Carl Boyd, professor aposentado de história na Universidade Old Dominion e co-autor de um livro sobre os submarinos japoneses na Segunda Guerra Mundial, disse que a marinha americana sempre esteve informada sobre a missão dessas embarcações.

Boyd, que não esteve diretamente envolvido nas descobertas, disse que impedir o acesso dos soviéticos à tecnologia havia provavelmente sido apenas uma das possíveis razões para afundar os submarinos em 1946.

Outra era a condição das embarcações. Estavam imundas - os submarinos estavam infestados de ratos quando capturados -, e em geral não podiam ser navegados de maneira confiável.

"Nós obtivemos o máximo de informações que pudemos, com eles", afirma o historiador. "Mas aquelas coisas claramente não eram seguras".


Fonte: Terra



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