sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Estudo confirma diversidade genética humana na África

Arcebispo Desmond Tutu


Dois bosquímanos do Kalahari têm mais diferenças entre si que um europeu e um asiático, diz genoma.

Pesquisadores que decodificaram o DNA de alguns sul-africanos encontraram novas evidências contundentes da diversidade genética no continente, e descobriram uma surpresa na árvore genealógica do arcebispo Desmond Tutu.

Eles descobriram, por exemplo, que dois bosquímanos do estudo, que falavam línguas diferentes, tinham mais diferenças genéticas entre si que um europeu em relação a um asiático. E isso era verdade mesmo se um bosquímano morasse a pouca distância do outro.

"Se realmente quisermos entender a diversidade humana, temos de ir ao sul da África e precisamos estudar essas pessoas", disse Stephan Schuster, da Universidade Estadual da Pensilvânia. Ele é autor do estudo, que aparece na edição desta semana da revista Nature.

O trabalho encontrou ainda 1,3 milhão de minúsculas variações que não haviam sido observadas antes no DNA humano. Isso deve ajudar os cientistas a encontrar os genes que promovem certas doenças ou influenciam a reação a medicamentos.

A diversidade genética na população africana não é uma surpresa para os pesquisadores. Seres humanos modernos surgiram no continente há cerca de 200 mil anos, e viveram la´mais tempo do que em qualquer outro lugar. Então, foi onde tiveram mais tempo para desenvolver variedade genética.

Os diversos ambientes da África também estimularam diversificação.

O estudo focalizou o genoma, a totalidade do DNA de uma pessoa. Os cientistas decodificaram os genomas de bosquímanos do deserto de Kalahari e de Tutu, ganhador do Nobel da Paz de 1984 e ex-chefe da Igreja Anglicana na África do Sul.

Bosquímanos


Tutu foi incluído para representar a linhagem bantu, em contraste com os bosquímanos. O povo bantu tem uma tradição agrária, enquanto que os bosquímanos são caçadores-coletores e representam a mais antiga linhagem humana conhecida.

Mas quando pesquisadores analisaram o genoma de Tutu, descobriram que a ascendência de sua mãe incluía ao menos uma bosquímana. Tutu disse que se descobrir aparentado a esse "povo sábio" fazia com que se sentisse "muito abençoado e privilegiado".


Fonte: Estadão


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