No futuro, pode se tornar comum o público acostumado a assistir entrevistas comandadas não por humanos, mas por robôs?
A possibilidade tornou-se um pouco mais real com uma invenção apresentada no Japão. Cientistas do Laboratório de Sistemas Inteligentes (ISI na sigla e inglês) da Universidade de Tóquio criaram o que poderá ser chamado de"jornalista do futuro" : um robô.
Desde 2002 pesquisadores americanas trabalham na criação de um robô capaz de exercer a função de jornalistas em situações de riscos, o front numa guerra, por exemplo.
Estes, no entanto, são apenas robôs controlados à distância e dependem de ordens de humanos sobre o que fazer. A novidade apresentada em Tóquio é totalmente autônoma.
O robô-jornalista, afirmam os cientistas, é capaz de explorar o ambiente e relatar o que observou. Ao detectar mudanças à sua volta, decide se são relevantes, e então pode fotografá-las com sua câmera integrada.
Montado sobre a estrutura de um segway - meio de transporte de duas rodas criado na década passada -, o robô também é capaz de fazer entrevistas com pessoas e buscar na internet informações que o ajudem a entender o que se passa. Se algo parecer digno de virar notícia, irá escrever um texto e publicá-lo na web.
Em seu perfil no Twitter, Charlie Catlett, pesquisador dos laboratórios Argonne National, nos Estados Unidos, mostrou-se impressionado com o robô, apresentado no encontro mais recente da Sociedade de Processamento de Informação do Japão.
"Por combinar o mundo real e pesquisa na internet, o jornalista robô é um passo adiante com relação a outros sistemas automáticos.
Espere algum tempo e robôs como esse poderiam se tornar valiosos para a produção de notícias em toda parte", escreveu a respeito o site de tecnologia Singularity Hub.
Em novembro passado, um programa criado pelo Intelligent Informations Lab, da Universidade Northwestern, mostrou-se capaz - alimentado com as informações - de escrever um texto sobre beisebol sem interferência humana.
O jornalista robô japonês leva as invenções a outro nível. É capaz de coletar sozinho as informações. Por um bom tempo jornalistas humanos certamente terão a preferência do público. Mas não dá para negar: ganharam um concorrente.
Fonte: Terra
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