Modelos atuais não são capazes de explicar todos os impactos sofridos pelo satélite.
O trabalho, encabeçado por Takashi Ito, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, analisou a diferença no número de impactos recentes - com menos de 800 milhões de anos - entre a face da Lua que aparece "de frente" no sentido da órbita do satélite e a face voltada para trás, com base em previsões teóricas feitas a partir de modelos da população conhecida de asteroides.
Cientistas esperavam que a face frontal tivesse mais marcas de impacto, já que funciona como uma espécie de escudo, ou "para-brisas", do satélite.
A assimetria prevista com base nas populações conhecidas de asteroides, no entanto, mostrou-se muito menor que a verificada no levantamento dos números reais.
Para uma previsão teórica de 32% mais impactos na face dianteira, foi encontrada, de fato, uma diferença média de 65%.
"Nossos resultados sugerem a existência de uma população não detectada de projéteis de baixa velocidade de impacto praticamente na mesma órbita da Terra", escrevem eles, advertindo que mais observações da Lua são necessárias para confirmar a conclusão.
"Asteroides se aproximam da Terra de praticamente todas as direções, então não há uma direção particular do céu para procurar por eles", disse ao estadao.com.br Takashi Ito, a respeito de onde estariam os objetos espaciais ainda não detectados.
Ele acrescenta que o fato de esses asteroides, se existirem, não terem sido detectados até agora não significa necessariamente que sejam pequenos demais, ou inofensivos, mas apenas que devem ser muito escuros e se mover muito devagar.
"Mesmo asteroides escuros podem ser grandes em diâmetro, se sua capacidade de refletir luz for baixa", explica.
"Então, se um asteroide desse tipo atingir a Terra agora, ele pode causar algum desastre, dependendo de seu tamanho, material e local de impacto".
Desses, o que tem mais chance de colidir conosco é 2007 VK184, com probabilidade de impacto de 0,033%, no período 2048-2057.
Fonte: Estadão
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