sábado, 17 de julho de 2010

Bebê mamute é atração de museu francês



Filhote de mamute-lanoso é um dos espécimes mais bem preservados encontrados pela ciência.

Depois de dezenas de milhares de anos escondido no gelo siberiano, um filhote de mamute-lanoso está tirando umas férias no verão do sudeste francês.

O bebê Khroma, um dos mais antigos mamutes intactos já encontrados, faz parte de uma exposição do que começou hoje (16/07) no Musee Crozatier em Puy-em-Velay – após passar por uma série de exames que certificaram que ele não carrega mais o antraz que provavelmente o matou. Ele foi acondicionado em uma câmera criogênica especial mantida a -18°C.

O convidado pré-histórico de 80 centímetros de altura e 1,6 metros de comprimento pode ser o bebê mamute mais antigo já descoberto.

Datações de carbono não conseguiram determinar sua idade exata, sugerindo que ele tenha mais de 50 mil anos, dizem pesquisadores franceses e Sergei Gorbunov, coordenador do Comitê Internacional de Mamutes. Segundo a imprensa russa, o animalzinho tem 32 mil anos.

Exames complementares na França vão tentar precisar melhor sua idade – e sexo, até agora sem definição.

“É uma descoberta única,” Gorbunov disse à AP. “Qualquer novo mamute que descobrimos traz novas informações sobre a pré-história”.

Novas informações sobre a pré-história


Para Tom Skwerski, coordenador do Museu Field em Chicago, que também hospeda outro filhote, Lyuba, de 42 mil anos, Khroma vai ser uma adição importante ao grupo de espécimes.

“Existe muito a ser aprendido sobre mamutes-lanosos, e quanto mais animais encontrarmos, mais perto chegamos de respondermos essas questões,” afirmou. Alguns aspectos da vida destes animais, como padrões de migração, ainda intrigam os cientistas.

Mamutes como Khroma oferecem aos cientistas a oportunidade de fazer análises impossíveis em esqueletos, como conteúdos estomacais e pelagem. Exibi-los em museus dá ao público uma ligação tangível com o passado pré-histórico.

A exposição de Khroma sofreu um adiamento de três semanas por conta de preocupações das autoridades com a locomoção de um animal que pode ter contido em seu corpo bactérias letais.

Segundo a imprensa russa, Gennady Onishchenko, um epidemiologista russo, disse que o mamutinho morreu de antraz.

Cientistas russos fizeram exames adicionais para avaliar os riscos, e a viagem recebeu sinal verde, diz Gorbunov.

Ao chegar na França, Khroma foi direto para um centro de conservação em Grenoble, onde passou por tratamento com raios gama para eliminar qualquer bactéria perigosa.

A presença do antraz não pôde ser confirmada nos estudos iniciais, mas o tratamento foi uma precaução, segundo o paleontólogo do museu, Frederic Lacombat. O mesmo procedimento foi usado para livrar a múmia do faraó Ramsés II de parasitas.

Os pesquisadores planejam levar o filhote no fim de agosto para fazer uma autópsia e tomografias.

Eles esperam que Khroma renda descobertas importantes que possam ser divulgadas na Conferência Internacional de Mamutes em Puy-em-Velay, no início de setembro.

A exposição, que termina em 15 de novembro, também tem outras atrações, como réplicas de mamutes em tamanho natural e um crânio da espécie encontrado em Haute Loire, na França, em 2008.




Fonte: IG

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