terça-feira, 24 de agosto de 2010

Caso ET de Varginha: 14 anos de mistério


O dia 20 de janeiro de 1996 mudou a história de Varginha para sempre.

No início da semana passada, a Aeronáutica publicou uma portaria que determina como a instituição deve agir no caso de algum piloto avistar um Ovni (Objeto Voador Não Identificado).

De acordo com a medida, a partir de agora os registros devem seguir para o Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica (Cendoc) e, logo depois, para o Arquivo Nacional.

Com esta decisão, a Aeronáutica e o governo iniciam um novo ciclo de transparência nas informações relacionadas ao assunto, que poderão ser analisadas a qualquer momento por especialistas e pessoas comuns.

Quando se fala de ufologia, nenhum registro é tão famoso no Brasil como o "Caso ET de Varginha". Em 20 de janeiro de 1996, a história do município, no sul de Minas Gerais, mudou para sempre.

Nesse dia, supostos extraterrestres teriam sido avistados por moradores da cidade. A série de eventos que se seguiram depois disso ajudaram a tornar o Caso ET de Varginha um dos mais importantes da ufologia em todo o mundo, e o caso número 1 do Brasil.

Ficção ou não, a história ganhou repercussão internacional e Varginha passou a ser conhecida como a "Cidade do ET".

Virou tema de reportagens de programas de televisão e de revistas especializadas em todo o mundo.

Mas, depois de tanto tempo, o tema ainda é motivo de polêmica e dúvidas para muitos. Afinal, o Caso ET de Varginha foi verdade ou não?


Ufólogo Ubirajara Rodrigues: "Caso ET de Varginha é o segundo em termos de repercussão da Ufologia no mundo"

Segundo o ufólogo Ubirajara Rodrigues, que acompanhou todos os acontecimentos, não há nada de concreto em toda a história da ufologia e o Caso ET de Varginha não é diferente.

"Após mais de 60 anos de investigações, o máximo que conseguimos na Ufologia foi a compilação de casos, com a coleta de relatos.

O Caso ET de Varginha mostra que os principais eventos ocorreram, mas não há nada de concreto que demonstre terem por participação o que convencionou se chamar de ´ET', porque simplesmente não há prova de que extraterrestres existem e muito menos de que eles nos venham visitar", explica.

Mas, embora não se possa ter certeza sobre quem foram as criaturas protagonistas dessa história, Ubiraraja Rodrigues é taxativo.

"O caso, ou seja, todos os eventos, aconteceram mesmo. Porém, estamos fazendo uma profunda e calma reavaliação de tudo, para estudarmos seus aspectos psíquicos e sociais, com relação ao seu surgimento e os detalhes do seu contexto", afirma o ufólogo.

Verdade ou não, segundo Ubirajara Rodrigues, o Caso ET de Varginha se tornou o segundo caso de maior repercussão na história da ufologia em todo o mundo.

Ficaria atrás apenas do Caso Roswell, acontecido em julho de 1947, quando um suposto Ovni teria caído na localidade do Estado do Novo México, nos Estados Unidos.


14 anos depois


Após 14 anos, o ET de Varginha é presença obrigatória nas ruas do município. Os pontos de ônibus são temáticos. A caixa d´água também.




Ela é em forma de nave e de longe parece sobrevoar a cidade. No comércio não faltam chaveiros, estatuetas, cartões postais e outras lembranças do ET. Hotéis, postos de combustíveis e lojas usaram ou usam o tema como decoração.

Mas será que o fato da cidade ter ficado conhecida por um caso, no mínimo, "duvidoso" traz orgulho ou vergonha para os moradores?

Para o funcionário público Alexandre Germano, a história é muito complexa, mas alguma coisa aconteceu.

"Eu acho que alguma coisa é verdade. Tem as meninas que viram o ET, tem o zoológico em que morreram animais sem explicação, tem o policial que morreu, e mais um tanto de variáveis", conta.

A mesma opinião tem Francisca Honorato Leopoldino, auxiliar de serviços gerais.

“Eu conhecia uma das meninas. Na época conversei muito com a mãe dela. Depois do que ela contou passei a acreditar”.

Toda as pessoas ouvidas pela reportagem do EPTV.com concordam em um ponto: a exposição do nome de Varginha para todo o mundo beneficiou o turismo.

"Isso foi bom para nossa região porque tornou ela conhecida, o que sempre atrai mais turistas", diz a estudante Luciana Cardoso, moradora de Passos, em Minas.

Para o turismólogo da Prefeitura de Varginha, Vinícius Amantéa Campos, o turismo vive de ilusões, de atender expectativas e vender sonhos. Por isso, para ele, o caso faz com que Varginha viva seu melhor momento no turismo.

"O fato do ET ser duvidoso, não é de responsabilidade da gestão do turismo municipal. A nossa responsabilidade é utilizar desse fato, deste potencial, e trazer o turismo para Varginha, que por sua vez irá proporcionar emprego, renda e oportunidades para todos", explica o especialista.


Crianças que nasceram depois do caso têm dúvidas se foi verdade ou não


O Caso ET de Varginha também mexe com o imaginário de crianças que não tinham nascido na época dos acontecimentos.

Giovanna Vieira, de 10 anos, por exemplo, como boa varginhense, já tem sua foto com um dos bonecos do ET (imagem acima) que estão espalhados pela cidade.

Ela já ouviu falar muito do ET em casa e também na escola, mas também tem dúvidas sobre o caso.

"Eu gostaria de saber o certo, assim como todos aqui em nossa cidade, que agora ficou conhecida como a cidade do ET".


Relembre o caso


Na madrugada do dia 20 de janeiro de 1996, moradores afirmaram ter visto um Ovni em um bairro rural de Varginha.

Segundo eles, o que chamou a atenção foram os latidos dos cachorros e o barulho do gado correndo pelo pasto.

Quando olharam para cima, eles viram um objeto grande com fumaça cinza. Já pela manhã, a movimentação era grande pelas ruas do bairro Jardim Andere.

Moradores disseram que militares do Corpo de Bombeiros e soldados estavam com uma rede aberta tampando alguma coisa. A suspeita era de que uma criatura estranha tivesse aparecido no bairro.

O suposto animal teria sido levado para a EsSA, Escola de Sargentos das Armas, na cidade vizinha de Três Corações.

O Centro de Comunicação Social da EsSA negou qualquer entrevista à imprensa. A informação era de que os militares não tiveram nenhuma ligação com o fato.

O Corpo de Bombeiros também negou participação. Segundo a corporação, os bombeiros não atenderam nenhum tipo de ocorrência ligada à captura de algum extraterrestre ou animal neste dia.


Adolescentes encontraram o suposto ET em um terreno baldio. Meninas não falam mais sobre o assunto


Às 15h do mesmo dia, os boatos da captura de um suposto animal não paravam pela cidade. Neste horário, uma outra criatura teria sido encontrada em um terreno baldio, na Rua Benevenuto Bras Vieira, no bairro Jardim Andere.

As testemunhas eram três adolescentes. Elas dizem ter visto uma criatura com as seguintes características:

  • Cabeça grande e careca;
  • Olhos grandes, vermelhos e sem pupila;
  • Língua preta, estreita e comprida;
  • Três pequenas saliências na cabeça parecidas com chifres, um no meio e dois ao lado;
  • Pele marrom ou castanho e escura, coberta por uma oleosidade brilhante;
  • Veias salientes e vermelhas no rosto, ombro e braços;
  • Três dedos nas mãos e pés grandes com dois dedos e sem unhas;
  • Aproximadamente 1,60 m de altura;
  • Produzia um som parecido com zumbido de abelha.

Segundo a versão dos ufólogos que investigaram o caso, dois policiais militares receberam a orientação de ficar atentos a qualquer movimentação estranha no bairro Jardim Andere.

Por volta de 19h30, uma criatura teria atravessado bem em frente ao carro em que os policiais estavam.

Eles teriam capturado a criatura e a colocado dentro do veículo. Segundo a irmã de um dos policiais que participaram da captura, o irmão teria dito: "Este caso ainda vai dar muito o que falar, vai dar pano pra manga e é melhor não comentar".



O irmão dela, o policial Marco Eli Chereze, foi internado 26 dias depois da captura com fortes dores nas costas e febre alta.

No mesmo dia, ele morreu. No prontuário médico do policial não consta a causa da morte, mas a suspeita é de que ele tenha falecido por infecção generalizada.

Um ex-funcionário do hospital, pra onde a criatura teria sido levada, revelou para uma equipe de reportagem da EPTV que um colega de trabalho teria participado da necrópsia do corpo da criatura e que de lá, juntamente com o pessoal do Exército, ele teria sido levado para uma cidade vizinha.

Depois disso não se soube o destino. Poucos dias depois, relatos diziam que animais do zoológico da cidade morreram sem explicação.


Relato que chegou à EPTV no dia em que o suposto ET foi capturado:


"Dois adultos e algumas crianças acercaram-se de um animal incomum. Estas jogavam alguns pedregulhos.

O animal se moveu lentamente e desceu mais alguns metros pelo pasto, logo após a via asfatalda que divide o grande terreno vago, indo em direção à linha férrea. A criatura mantivera-se acuada.

Conseguiu manter-se fragilmente escondida até que os bombeiros sargento Palhares, cabo Rubens, soldado Nivaldo e soldado Santos chegaram e iniciaram uma busca acirrada, que durou cerca de duas horas.

Nisso, a EsSa (Escola de Sargentos das Armas), que já tinha sido avisada pela Polícia Militar, parou um caminhão de transportes de tropas lonado, marca Mercedez Benz, na última rua do quarteirão. Dois tenentes, um sargento e dois soldados compunham a viatura.

Vários curiosos passavam pelo lugar no instante em que a captura se deu. Ainda esboçando reação de escapar, a criatura foi imobilizada por uma rede de couro, atirada por dois bombeiros.

Enrolado na rede, o ser foi colocado na carroceria do caminhão da tropa, dentro da caixa de madeira.

A criatura emitia um zumbido. O caminhão foi para a EsSa, em Três Corações. A criatura foi levada viva."


Fonte: EPTV

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