Os primeiros resultados descrevem uma série de fatores que causaram a cratera, diz René Chávez, líder do projeto de pesquisa.
O tipo de solo é frágil, criado a partir de detritos vulcânicos; a área está afundando em um escoamento natural das águas da montanha, quando construiram casas e ruas se tornou uma corrente subterrânea. Existem também vários esgotos clandestinos.
Além disso, há um coletor de esgoto construído a cerca de cinco décadas atrás, que poderia ter ajudado a erosão do terreno.
"O que descobrimos é que a água encontrou um obstáculo e começou de alguma forma a retirar o material, e o sumidouro começou a crescer de baixo para cima", disse Chávez na conversa com a BBC Mundo.
drenagem subterrânea
O buraco se formou ao longo de vários anos, até décadas, disse Chávez.
A erosão atingiu um ponto que o solo não pode suportar o peso das construções na superfície e, em seguida, veio abaixo.
O ponto de ruptura pode ter sido as fortes chuvas causadas pela tempestade tropical Agatha, que caiu na Guatemala nos dias em que a cratera se abriu.
Há elementos adicionais, tais como os esgotos clandestinos que não estão conectados à rede central, mas provavelmente a algum buraco no chão. Os dejetos contribuiram com a erosão do terreno.
"Não foi de repente, houve desprendimento de blocos de forma diferente", disse à BBC David Zamudio, Coordenador de Ligação do Instituto.
O poço tem uma forma cilíndrica nos primeiros metros, mas depois se amplia para uma caverna enorme.
E o coletor?
De acordo com especialistas, as evidências encontradas até agora indicam que o túnel construído para assentar o tubo, não teve suficiente compactação, ou então a técnica utilizada não calculava as chuvas que cairam na região nos últimos anos.
A água proveniente do escoamento poderia ter desgastado o túnel, o que ajudou na erosão do solo.
Isso é importante, disse Chávez, porque essa abertura é capaz de mudar o fluxo e, assim, aumentar o desgaste das paredes.
Neste cenário contribui o fato de que em 2007 uma cratera semelhante surgiu a poucos quilômetros da Ciudad Nueva, e também na rota do coletor. Na área do primeiro desabamento também existia uma abertura.
Tomografía do solo
Talvez, dizem os pesquisadores da UNAM, e para evitar, organizaram outras visitas ao país para estudar o terreno, especialmente o coletor de esgoto.
A idéia é medir a resistência do solo através de uma tomografia elétrica, em um trecho de 1,5 quilômetros de extensão e uma profundidade de 100 metros.
Com o resultado dessa verificação será possível compreender os riscos de afundamentos, e eventualmente, evacuar as áreas de risco.
Tradução: Carlos de Castro
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