quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Âmbar na Índia oferece nova versão para passado geológico do país

Formiga fossilizada há mais de 50 milhões de anos está bem conservada na Índia


Insetos fossilizados mostram que país não é tão isolado como se pensava. Espécies na resina estão bem preservadas após 50 milhões de anos.

Junto a pesquisadores norte-americanos e indianos, paleontólogos da Universidade de Bonn, na Alemanha, descobriram um grande depósito de âmbar na Índia, resina que preserva insetos há 50 milhões de anos. A informação foi divulgada pelo site do Proceedings of the National Academy of Sciences (em PDF e em inglês).

O material foi encontrado na costa da província de Gujarat, no extremo noroeste do país. Presos na substância, foram catalogados 700 artrópodes, de 55 gêneros diferentes.

A maioria eram insetos, mas também foram registrados aranhas, ácaros e partes de plantas.

A origem do âmbar vem, segundo os especialistas, de uma planta da família Dipterocarpaceae, tipica de florestas tropicais, muito presente na região da península indo-malaia.

A resina petrificada também é propícia para o estudo, pois ainda é relativamente fácil de dissolver, segundo os pesquidores.

A Índia é compreendida como um subcontinente, que se despreendeu do lado leste da África há 160 milhões de anos, para flutuar a uma taxa de 20 cm por ano até o encontro com a Ásia. A colisão teria dado origem ao Himalaia.

Caso isso seja verdade, a Índia teria se isolado durante 100 milhões de anos no oceano, tempo suficiente para desenvolvimento de fauna e flora únicas.

A formação do âmbar descoberto pelos pesquisadores alemães é de 53 milhões de anos atrás.


Inseto retirado do âmbar é visto em imagem de microscópio. (Foto: Universidade de Bonn)


Pela data, os paleontólogos deveriam encontrar espécie raras, não disponíveis em outras áreas do globo. Mas a análise dos fósseis revelou muitos insetos similares a espécies encontradas na América Central e na Europa.

"Isso indica que houve um intercâmbio de espécies entre a Índia e os continentes antes da formação do âmbar", explica Res Just, paleontólogo da Universidade de Bonn.

"Talvez houvesse grandes cadeias vulcânicas ligando o subcontinente a outras áreas, como existem hoje no Japão e na Indonésia."


Fonte: G1

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