Uma espécie rara de ave que nunca havia sido adequadamente estudada pela ciência agora terá esta situação alterada.
Uma espécie rara de ave que nunca havia sido adequadamente estudada pela ciência agora terá esta situação alterada.
Cientistas capturaram no mês passado três cotingas-de-bico-amarelo (Carpodectes antoniae) ameaçadas de extinção, equiparam-nas com dispositivos de rastreamento e as devolveram ilesas à selva costarriquenha.
Os pesquisadores usaram uma rede de nylon quase invisível para capturar as aves - uma fêmea e dois machos - próximo à cidade de Rincón na Península Osa na Costa Rica. A American Bird Conservancy (ABC) e a Friends of the Osa organizaram o projeto.
“Essa ave, que certamente existia em grande número, está cada vez mais difícil mesmo de observar, quanto mais estudar”, avalia Andrew Rothman da ABC em uma declaração.
“Esta foi uma excelente oportunidade para obter informações sobre esta ave e de tomar medidas para identificar as necessidades de seu habitat antes que seja tarde demais”.
A espécie está presente principalmente em duas áreas da Costa Rica, embora algumas tenham sido encontradas no vizinho Panamá.
Rothman relatou à Scientific American que essa espécie rara está em acentuado declínio nos últimos 100 anos pela destruição das ligações entre manguezais e matas nativas, das quais ele depende para seu habitat.
Os três exemplares capturados foram devolvidos à natureza equipados com transmissores de rádio que permitirão que sejam controladas ao longo dos próximos seis a 10 meses.
“Os transmissores não prejudicarão os pássaros”, considera Rothman, condição que preocupou a equipe. Toda vez que uma ave é capturada e manipulada essas operações provocam estresse.
Os cientistas têm grande responsabilidade com a prática e a ética ao certificarem-se de que ao realizar esses trabalhos não provocam danos às espécies ou aos indivíduos. Como se trata de uma espécie ameaçada de extinção a responsabilidade é maior ainda.
Os pesquisadores agora usarão os dados dos transmissores para saber mais sobre a origem das cotingas, seus habitats e comportamento reprodutivo e de alimentação para desenvolver um plano de conservação.
A equipe, então, apresentará o plano ao Ministério do Meio Ambiente da Costa Rica e “outros projetos com o Ministério para implementar o plano”, antecipa Rothman.
A participação das empresas e outras organizações não-governamentais pode ser fundamental, pois a Costa Rica tem orçamento muito pequeno para a preservação.
Fonte: Scientific American
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