sábado, 7 de maio de 2011

Cientistas descobrem que o "céu está caindo" em lua de Saturno

Imagem registrada pela sonda Cassini em 2009 mostra a diferença de iluminação nos hemisférios de Titã - o sul mais claro que o norte -, o que indica a mudança de estação na lua. Segundo informações divulgadas pela Nasa, os cientistas descobriram que a neblina que cobre essa lua despencou de 500 km para 380 km entre 2007 e 2010. A queda seria causada pela mudança de estações


Observações feitas pela sonda Cassini-Huygens, das agências espaciais americana (Nasa) e europeia (ESA), indicam que "o céu está caindo" em uma lua de Saturno.

Uma camada de neblina que cobre a maior parte da superfície de Titã caiu de uma altitude de 500 km para 380 km entre os anos de 2007 e 2010.

Segundo os cientistas, a queda indica uma mudança de estação em Titã e mostra que a lua é um mundo dinâmico.

Os pesquisadores acreditam que o estudo desse fenômeno pode ajudar a entender melhor a meteorologia na Terra, Marte e outros locais do Sistema Solar.

Os cientistas da Nasa afirmam que a neblina é um fenômeno comum em todo o Sistema Solar, seja na Terra ou nos polos de Marte, certas regiões de Saturno ou em Titã, onde nos impede de observar diretamente a superfície.


Imagens obtidas pela sonda Cassini mostram a diferença na densidade da neblina de Titã - a imagem A foi registrada em 2006, enquanto a B foi tirada meses após o equinócio nessa lua, que ocorreu em agosto de 2009. A diferença na densidade da neblina nos dois polos indica causa a diferença de luminosidade neles e, portanto, a estação


Contudo, de acordo com Bob West, pesquisador que participa da missão Cassini-Huygens, a neblina dessa lua está se comportando de maneira incomum, nunca observada antes no Sistema Solar. Com a mudança de estação, ela simplesmente caiu para menores altitudes.

As atmosferas da Terra e dessa lua têm muitas semelhanças - como tempestades sazonais e nuvens cirros -, mas Titã tem vários aspectos incomuns ao nosso planeta: a atmosfera é muito mais massiva e densa e as camadas superiores rodam mais rapidamente que a própria rotação da lua.

Além disso, ela é rica em moléculas orgânicas, mas com um ambiente muito mais frio que o nosso. A lua ainda não tem um campo magnético próprio para se proteger, mas está dentro do campo de Saturno (na maior parte do tempo).

Todas essas diferenças, afirmam os pesquisadores, transformam esse satélite natural em um laboratório para entender as propriedades meteorológicas da Terra e de outros planetas.


Sete anos de primavera


As mudanças de estação em Titã estão ligadas à órbita de Saturno - um ano no planeta é equivalente a 29 anos e meio na Terra.

A primavera (ou outono, dependendo do hemisfério) nessa lua começou em 11 de agosto de 2009.

Voos das sondas Voyager mostram que os hemisférios do satélite natural ficam mais escuros ou iluminados - e os cientistas acreditam que isso seja causado pela quantidade da neblina no norte e no sul.


Em imagem registrada em 1981 pela sonda Voyager 2, a diferença de luminosidade entre os hemisférios é parecida com a vista pela Cassini. Uma estação nessa lua dura mais de 7 anos


A "queda do céu" em Titã ocorreu em poucos meses e se acelerou próximo ao equinócio. A mudança na iluminação dos hemisférios dura mais de sete anos (da Terra), o equivalente a uma estação em Saturno, e se completa com o solstício em Titã.

Nesse momento, o hemisfério que está no inverno fica mais escuro, devido ao aumento da densidade da neblina na região.


Fonte: Terra

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