Segundo um estudo publicado nesta terça-feira na revista Biology Letters da Royal Society britânica, a presença deste chifre de dinossauro em uma camada das colinas do estado de Montana, nos Estados Unidos, sugere uma brusca mudança climática provocada pela queda de um asteróide na Terra.
Durante muito tempo, o desaparecimento dos dinossauros foi um mistério que deu lugar a diversas especulações.
Os especialistas se limitavam a afirmar que seus fósseis abundam na era mesozóica (-248 a -65 milhões de anos), mas que não são encontrados outros rastros nas rochas mais recentes.
Em 1980, vários cientistas da Universidade da Califórnia, liderados por Luis Alvarez e seu filho Walter, descobriram que uma camada de argila de 65 milhões de anos continha uma forte taxa de irídio, um metal muito raro e quase ausente da superfície da Terra, mas presente nos meteoritos.
Para os pesquisadores, era um sinal de um impacto da colisão com a Terra de um grande objeto vindo do espaço, que teria provocado uma catástrofe ecológica que apagou bruscamente os dinossauros do planeta, assim como diversas espécies animais e vegetais.
Em março de 2010, 41 pesquisadores apontaram como causa um asteróide de 15 km de diâmetro que caiu em Chicxulub, na província mexicana de Yucatán, atingindo a Terra com uma potência fenomenal.
A teoria, muito polêmica no início, foi alimentada mais tarde por diversos estudos, que não convenceram os defensores da principal teoria adversa.
Embora estes especialistas não neguem a queda do asteróide, consideram que esta extinção massiva está vinculada a fenômenos vulcânicos muito mais antigos, cuja origem encontra-se na atual Índia.
Após 1,5 milhão de anos, estas erupções teriam desembocado no mesmo resultado que o asteróide: um lento esfriamento e depósitos de irídio ou de outros minerais raros.
Segundo alguns cientistas, a população de dinossauros já teria desaparecido antes da queda deste asteróide no Yucatán.
A prova seria a existência de uma camada de três metros nos sedimentos geológicos anteriores ao período do meteorito, no qual jamais foram descobertos fósseis de dinossauros.
Mas agora a equipe dirigida por Tyler Lyson, da Universidade de Yale, encontrar o chifre frontal de um ceratops 13 cm abaixo do limite geológico que marca o início do episódio da queda do meteoro.
"A localização deste dinossauro demonstra que não existe um "vazio de três metros" no Cretáceo e é incompatível com a hipótese segundo a qual os dinossauros (...) desapareceram antes do impacto" do asteróide, conclui o estudo do professor Lyson.
No entanto, a polêmica não está definitivamente enterrada. Os geólogos que descobriram este chifre reconhecem que não podem explicar a ausência total de fósseis em uma camada de sedimentos de 125 cm depositada imediatamente após a queda do asteróide.
Fonte: Terra
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