sexta-feira, 15 de julho de 2011

Cientistas descobrem fósseis de insetos extintos no Peru



Cientistas peruanos descobriram quatro espécies de insetos e uma de aranha, todos elas extintas, fossilizadas em peças de âmbar de 20 milhões de anos de antiguidade.

As cinco espécies desaparecidas foram encontradas em abril deste ano pelo paleontólogo Klaus Hönninger --líder do estudo e diretor do museu Meyer Hönninger --em uma rica jazida às margens do rio Santiago, na área amazônica.

O pesquisador destacou que, na jazida, pertencente ao período Mioceno, foram encontradas 360 peças de âmbar --as espécies extintas estavam em cinco delas.

Hönninger ressaltou que o material permitirá determinar como viviam esses animais 20 milhões de anos atrás, bem como reconstruir o habitat dessa região amazônica da época. "Vamos poder compreender como era o Amazonas."

Segundo ele, todas as espécies compartilham a característica de terem longas extremidades, uma possível evidência da adaptação ao meio em que viviam.

Para Hönninger, a espécie mais estranha presa no âmbar é uma aranha de dois milímetros de comprimento, com patas que triplicam o tamanho de seu corpo.

Ele destaca, além disso, uma vespa de três milímetros de comprimento sem ferrão, com seis patas e duas antenas com as mesmas dimensões que o corpo, um grande tamanho em comparação às antenas de seus parentes atuais.


Para pesquisador, espécie mais estranha é uma aranha com patas que triplicam o tamanho do corpo dela

Fóssil de vesta ficou conservado em âmbar de 20 milhões de idade; descoberta foi no rio Santiago

"Cigarra" com indícios de formação de asas

Espécie similar a uma mosca, de dois milímetros de comprimento

Espécie primitiva de mosquito


A vespa, que ficou presa no âmbar quando devorava outro inseto, tem a peculiaridade de ter um aparelho reprodutor situado em uma pequena cavidade entre o tórax e o abdômen, enquanto as atuais o possuem na parte traseira.

Outra das peças de âmbar contém uma espécie similar a uma mosca, de dois milímetros de comprimento, que, ao contrário das atuais, apresenta patas muito longas e quatro asas muito bem definidas --as moscas modernas têm apenas duas asas.

Os cientistas acharam também uma "cigarra" com indícios de formação de asas e uma espécie primitiva de mosquito em tão bom estado de conversação, que é possível até observar seus olhos.

Por enquanto, os pesquisadores conseguiram detectar apenas as cinco espécies extintas, mas Hönninger ressaltou que "ainda resta muito para revisar".

Em agosto, um grupo de cientistas austríacos visitará o museu para estudar os animais e ajudar a avançar nas pesquisas, pois os especialistas peruanos dispõem de baixo orçamento para isso, lamentou Hönninger.


Fonte: Folha.com

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