Pesquisadores encontraram uma cabeça de argila em miniatura, com olhos misteriosos, que pode ter sido uma efígie (representação escultórica de uma pessoa já falecida), utilizada por um xamã há mais de 1.000 anos atrás.
A cabeça, descoberta perto de Ebbert Spring, na Pensilvânia, EUA, tem conchas nos olhos e pequenos buracos em toda a sua parte superior e nos lados, que podem ter sido usados para penas ou pelos.
Uma cavidade na base do pescoço indica que ele foi provavelmente montado sobre uma vara ou bastão.
O arqueólogo Ronald Powell explica que a efígie poderia ter sido usada em uma cerimônia por um xamã, porque conchas são objetos simbolicamente importantes entre culturas nativas americanas.
Ele acredita que o uso delas para os olhos, combinado com as penas, adiciona peso à ideia de que o artefato teve um uso xamanístico.
Segundo o pesquisador, é difícil encontrar uma data precisa para a cabeça, mas com base na cerâmica encontrada nas proximidades, Ronald Powell estima que foi criada por volta do ano 900.
Ebbert Spring foi ocupada por seres humanos cerca de 11.000 anos atrás. A disponibilidade de água no local atraiu veados, e os veados, por sua vez, atraíram caçadores, o que sugere que o local era mais usado durante o inverno.
Outros cientistas, que não participaram da descoberta, dizem que esse é um artefato interessante, mas difícil de interpretar. É um objeto significativo, mas muito raro.
Kurt Carr, também arqueólogo, salientou que a iconografia é semelhante a utilizada pelo povo iroquês, que se estabeleceu no nordeste da América do Norte.
As cabeças e rostos são uma característica dos povos iroqueses, mas isso não parece ser deles; é muito distante para o sul.
Michael Stewart, professor de antropologia, disse que a cabeça pode datar de tempos mais recentes.
Em todo o nordeste americano, tende-se a ver cabeças de efígies com mais frequência após os anos de 1300, e muito mais conforme entramos em tempos tardios pré-históricos, quando os colonos europeus encontraram povos indígenas.
Stewart adverte que informações mais detalhadas sobre o solo e artefatos em Ebbert Spring são necessárias antes que qualquer conclusão possa ser feita sobre a data e a finalidade da cabeça.
Se era a propriedade pessoal de um especialista religioso, como um xamã, ou se era um ornamento ou um objeto usado por um indivíduo dentro da comunidade é algo que, com base nas provas até agora, ainda não se pode dizer.
A chave para responder essas perguntas pode estar nos olhos de concha branca da efígie. Segundo os cientistas, se você olhar para registros históricos de povos nativos durante o início dos tempos, a concha desempenha um papel simbólico muito especial. Ela foi usada por diferentes povos. E a cor branca é simbolicamente importante: é a cor da vida.
Fonte: Hypescience
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