segunda-feira, 18 de julho de 2011

Encontradas figuras funerárias do Antigo Egito

«Shauabti», estatuetas funerárias encontradas num túmulo em Tebas

Investigadores acharam esculturas de barro com 3000 anos em Tebas.

Na região de Luxor, no Egito, num sítio mais ou menos intacto desde a antiguidade, foi encontrado um depósito com mais de 80 figuras em barro, chamadas shauabti, com três mil anos de antiguidade.

A equipe de arqueólogos dirigida pelo egiptólogo José Manuel Galán, do Conselho Superior de Investigações Científicas de Espanha, acredita que as peças pertenciam a um sacerdote e tinham como finalidade ‘acompanhar’ o defunto para o mundo dos mortos.

Esta descoberta aconteceu durante a décima campanha do Projeto Djehuty que se está a desenvolver na necrópole Dra Abu el-Naga, na antiga cidade de Tebas, margem ocidental do Nilo.

As escavações têm como objectivo explorar a área onde se encontram os túmulos de Djehuty e Hery, dois altos dignatários da corte egípcia entre os anos 1500 e 1450 a.C.

Os shauabti são estatuetas funerárias e representam o defunto mumificado. São representadas com duas enxadas para lavrar e um pequeno saco de sementes.

Algumas distinguem-se por terem aparência de capatazes, tendo na mão um chicote pequeno com o qual dirigiam os trabalhadores.

Uma inscrição na vertical sobre as pernas identifica o proprietário pelo seu nome – Su-en-amon – que viveu durante a dinastia XXI, ano 1000 a.C.

“O achado indica que a zona está muito pouco alterada e que os ladrões de túmulos e os egiptólogos do século XIX que por ali passaram não tocaram no terreno”, diz Galán. Os investigadores esperam encontrar estratos mais antigos bem conservados.

Os arqueólogos estão a escavar o sudoeste do pátio de entrada do túmulo de Djehuty, supervisor do Tesouro e dos artesãos da rainha Hatshepsut, uma das poucas mulheres do antigo Egito que exerceu o poder como faraó (por volta do ano 1470 a.C.).

O túmulo e os seus três poços funerários foram já totalmente escavados, tendo-se já iniciado o restauro das paredes e das inscrições e cenas esculpidas.

Durante esta décima campanha, os trabalhos alcançaram o poço funerário de Hery, proprietário de um dos túmulos vizinhos de Djehuty.

Viveu 50 anos antes deste e o seu monumento funerário é um dos poucos decorados que se conservam da época.

Hery estaria aparentado com a família real que estendeu a influência política, económica e cultural do Egipto sobre e Núbia, Palestina e Síria.



Fonte: Ciência Hoje

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