quarta-feira, 13 de julho de 2011

Nova espécie de peixe de Mato Grosso é catalogada cientificamente


Reconhecimento oficial de que se tratava de nova variedade tardou 35 anos. Peixe tem cerca de 40 cm; nome popular se deve à sua forma achatada.

Uma nova espécie de peixe encontrada no Rio Aripuanã, em Mato Grosso, foi descrita cientificamente por pesquisadores brasileiros.

Denominado Trachycorystes menezesi, a espécie é popularmente conhecida por "peixe-chinelão" devido à sua aparência achatada.

O peixe-chinelão foi encontrado em uma área próxima ao município de Aripuanã pelo pesquisador Heraldo Britski, professor aposentado da Universidade de São Paulo, em 1976, durante expedição feita à região, na época considerada inóspita.

Segundo Britsky, o animal só foi descrito em 2011, com artigo publicado na revista científica "Neotropical Ichthyology", devido à "falta de tempo".

O nome "menezesi" foi uma homenagem ao explorador Naércio Menezes, um dos condutores da expedição em 1976.

“Nós temos vários critérios a cumprir quando encontramos uma espécie nova. Contei com a ajuda do pesquisador Alberto Akama, que foi mais fundo na análise do gênero Trachycoystes, fazendo inclusive sua tese de doutorado sobre o assunto”, afirmou.


Características


Com aproximadamente 40 centímetros de comprimento e de cor alaranjada, o peixe-chinelão é uma espécie endêmica (vive apenas em uma região geográfica).

Ele pode ser encontrado nas águas do Rio Aripuanã, próximo à formação das cachoeiras de Dardanelos e Andorinhas.

“Na época existia um povoado naquela região. Nós subíamos de barco pelo Rio Madeira para depois entrar no afluente do Aripuanã.

Foram descritas várias espécies endêmicas naquela área e o Trachycorystes menezesi se soma a elas”, diz o pesquisador.




Segundo o pesquisador, com o avanço das cidades sobre a floresta e a construção de usinas hidrelétricas na região, algumas espécies que sequer foram descritas pelo meio científico podem ter desaparecido.

De acordo com Britski, o peixe-chinelão pode não ter seguido o mesmo destino, mas sua população poderia ter sido reduzida.

“A destruição da mata pode levar à extinção daquilo que não foi revelado. O problema é conseguir conservar e impedir que a destruição represente a extinção de outras espécies”, afirma Britski.


Fonte: G1

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