sábado, 15 de outubro de 2011

Colecionador preserva a cultura Charrua em Paso de Los Toros, Uruguai


O fazendeiro Washington Aizpun, de 77 anos, transformou a casa num museu particular. Uma coleção de pedras esculpidas pelos Charruas, indígenas que já habitavam o uruguai há oito mil anos, está bem guardada.

Eles eram nômades e viviam basicamente da caça e, para matar os animais, usavam flexase lanças bastante rudimentares, mas afiadas.

As boleadeiras, atadas em couro cru, serviam para laçar animais e mostram como o trabalho artesanal era bem feito.

Noventa por cento das pedras foram encontradas nas margens do rio Negro. A grande maioria foi o próprio Washington quem as recolheu num trabalho de campo, feito formiguinha.

Para isso foi preciso treinar os olhos: ele dá três ou quatro passos, gira e vasculha todo o espaço em volta. Depois que encontra algo interessante, faz uma marca no local para recolher a pedra na volta.

Washington se compara a um pescador. "O que eu faço é igual só que no meu caso a alegria não é fisgar um peixe grande, mas encontrar uma peça nova".

Na coleção, as pedras foram separadas de acordo com a utilidade que tinham. Cada conjunto revela hábitos e costumes dos índios: as pedras escavadas eram usadas para amassar alimentos; outras para produzir fogo, a partir da fricção de pedaços de madeira contra a pedra.

Os índios tinham peças pra tudo, até com função de agulha para perfurar e costurar o couro e também para amaciá-lo. A paixão de colecionar pedras indígenas começou quando Washington tinha apenas 12 anos.



Hoje ele tem 2.670 peças na coleção, todas numeradas. As peças mais antigas têm entre 4.500 e 5 mil anos, de acordo com o colecionador.

Para determinar a idade, ele conta com a ajuda de arqueólogos. "Eu digo onde encontrei a pedra. Eles vão até lá, escavam a terra à procura de algo orgânico, como um osso queimado, um pedaço de carvão.

Depois enviam a amostra do material para os Estados Unidos e por meio do teste com carbono 14 vem a resposta de quantos anos tem a peça encontrada.

A cada nova descoberta, uma satisfação: recuperar a história desse povo primitivo é quase uma obrigação para os uruguaios.

Não vai compensar o extermínio das tribos de Charruas, mas pelo menos o legado deles permanece vivo graças a um colecionador que transforma sonhos em realidade.



Fonte: EPTV

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu tenho uma pedra indigena antiga para vender, eu achei em um sitio onde morei junto dela estava uma igual so que quebrada(eu tenho as duas), quem se interessar entre e contato: dody_ikariam@hotmail.com

Vschettino disse...

diga-me mais sobre esse sítio :P

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