Especialistas acreditam que estamos prestes a testemunhar o início de uma revolução robótica que será tão marcante como a foi a informática a partir dos anos 1980.
De funções domésticas a educacionais, incluindo o cuidado de idosos, pesquisadores dizem acreditar que em breve robôs devem ser comuns em residências e locais de trabalho.
Eles vêm desenvolvendo novas leis para regular o comportamento dos robôs e pensando em novas formas de interação entre humanos e máquinas.
"Acredito que a tecnologia robótica vai transformar quem somos, do mesmo modo que os óculos e o fogo fizeram antes", afirma Rodney Brookes, ex-diretor do Departamento de Ciência da Computação e Laboratório de Inteligência Artificial do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e atualmente empresário do setor de robótica.
Idosos
Já são comercializados robôs que desempenham tarefas domésticas como passar aspirador de pó no chão.
No Japão, protótipos ajudam idosos a se levantar de suas camas ou após quedas, além de lembrar horários de remédios e ajudá-los a lavar os cabelos.
"Idosos não gostam de usar computadores, mas podem falar com um robô" diz Hiroshi Ishiguro, diretor do Laboratório de Inteligência Robótica da Universidade de Osaka.
A equipe liderada por Maja Mataric, da Universidade do Sul da Califórnia, vem desenvolvendo robôs para atuação com idosos e pacientes que sofreram derrames.
"A questão é: quem vai cuidar de todo mundo? Embora a melhor forma de atenção dada a uma pessoa venha de outra pessoa, simplesmente não vai existir gente o suficiente. É aí que a tecnologia robótica pode fazer a diferença", afirma ela.
Leis
Antes de as pessoas abrirem suas casas para robôs, elas vão ter que gostar e, principalmente, confiar neles. Há grupos se dedicando a facilitar a comunicação entre humanos e robôs.
Estudos mostraram que crianças autistas, que frequentemente têm dificuldades de comunicação, podem interagir com mais facilidade com robôs do que com outras pessoas.
Especialistas britânicos esboçaram princípios éticos para a fabricação de robôs, resumidos da seguinte forma:
1 – Robôs não podem ser projetados com o objetivo primário de matar ou ferir humanos.
2 – Os humanos e não os robôs são agentes responsáveis. Robôs são ferramentas projetadas para cumprir metas traçadas por humanos.
3 – Os robôs devem ser projetados de modo a garantir uma operação segura.
4 – Eles são artefatos. Não devem ser projetados para explorar usuários vulneráveis ao evocar respostas emocionais ou dependência. Deve ser sempre possível diferenciar um robô de um humano.
5 – Deve ser sempre possível identificar o responsável legal por um robô.
O professor Alan Winfield da Universidade do Oeste da Inglaterra (University of the West of England) diz que este código representa apenas algumas ideias, mas estas devem ser debatidas antes da chamada “revolução robótica”.
Fonte: BBC
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