Desde a metade de dezembro, o cometa recém-descoberto C/2011 W3, conhecido como Lovejoy, tem chamado a atenção de astrônomos por ter sobrevivido à passagem rasante pelo Sol no último dia 16.
E sua sobrevivência significa um espetáculo a mais na virada do ano. Astrônomos estão registrando o Lovejoy há vários dias e na passagem para 2012 ele deverá aparecer também (embora os fogos de artifício possam comprometer sua visibilidade). O cometa 'viaja' rumo ao polo sul celeste até a primeira semana de janeiro.
De acordo com informações do Planetário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), o fato do cometa Lovejoy não ter se extinguido durante a passagem pelo Sol - o cometa passou a meros 140 mil km da superfície solar - é surpreendente: quando ocorrem fatos como este, o núcleo do cometa, constituído de gelo e poeira, se vaporiza, terminando com o astro.
Depois da façanha, Lovejoy pode ser obeservado a partir do hemisfério sul, ao amanhecer. O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) afirma que o cometa apresenta uma cauda brilhante de milhões de quilômetros de comprimento, composto de partículas de poeira que estão sendo sopradas pelo vento solar.
Ainda não é possível dizer até quando o brilho deste cometa se manterá, já que a tendência apontada pelos cientistas é de que após o Natal sua magnitude fosse reduzida rapidamente. Contudo, com binóculos ou telescópios pode-se ainda ver o astro brilhante.
Especialistas recomendam aos observadores interessados em ver o Lovejoy que procurem locais escuros - de preferência longe dos grandes centros urbanos - e fixem o olhar na direção do do nascer do sol.
O cometa
O Lovejoy gira em torno do Sol, mas seu período orbital é extremamente longo. Considerado um achado recente - foi descoberto pelo astrônomo amador Terry Lovejoy no dia 27 de novembro -, ele faz parte do grupo de cometas Kreutz (os cometas rasantes que possuem órbitas que os colocam extremamente pertos do Sol).
Segundo as previsões astronômicas, ele continuará sua órbita em torno do Sol e mais uma vez deverá desaparecer no Sistema Solar distante. Se ele realmente continuar existindo, a estimativa é de que volte a aparecer nos nossos céus dentro de 314 anos.
Caça aos cometas
No mês de dezembro também a Nasa - agência espacial americana - informou que trabalha na criação de um arpão capaz de atingir cometas para retirar amostras que deem indícios sobre a criação do universo.
O projeto é baseado em um conceito desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA), ao qual a Nasa agregou uma câmara capaz de recolher amostras dos cometas.
Concretamente, o projeto consiste em uma máquina espacial que viaja em busca de um cometa "e que lança um arpão para retirar amostras em locais determinados, com uma precisão cirúrgica", revelou a Nasa em seu comunicado.
Fonte: Terra
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