quinta-feira, 15 de março de 2012

Menor espécie de sapo do Brasil é registrada no ES, diz pesquisadora

O menor sapo do Brasil mede entre entre 7 e10 milímetros de comprimentro (Foto: Renata Pagotto/ Divulgação)

A descoberta foi feita na região de Serra das Torres, em Atílio Vivacqua. Espécie mede entre 7 e10 milímetros de comprimentro.

A menor espécie de sapo do Brasil, e segunda do Hemisfério Sul, foi encontrada pela primeira vez no Espírito Santo, na região conhecida como Serra das Torres, em Atílio Vivacqua, no Sul do estado, e registrada pela pesquisadora do Programa de doutorado em Ecologia e Evolução da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Jane de Oliveira.

O animal raro, já visto na Mata Atlântica carioca, fará parte de uma publicação cientifica em abril.

Segundo a pesquisadora, a espécie mede entre 7 e10 milímetros de comprimento, ou seja, o sapo caberia com sobra em uma moeda de cinco centavos.

“Durante o curso de Mestrado, eu e a minha equipe encontramos uma espécie de anfíbio, o Brachycephalus didactylus, um morador do chão das florestas, que é possivelmente o menor animal vertebrado do Brasil e um dos menores do mundo”, conta.


A visualização destes sapos é muito difícil porque, além de minúsculos, eles têm coloração idêntica às folhas (Foto: Renata Pagotto/ Divulgação)


Feliz com a descoberta, Jane de Oliveira chama a atenção para a importância do Espírito Santo para a ciência nacional.

“Fazer o registro de uma espécie, com a ecologia ainda praticamente desconhecida para a ciência, no Espírito Santo, mostra o quanto este estado é importante biologicamente. Uma área devastada pode ser sinônimo da perda de dezenas de espécies, desconhecidas neste estado e mesmo para a ciência”, diz a pesquisadora.

Jane afirma que a espécie era conhecida apenas no Rio de Janeiro. "Este foi o primeiro registro dele fora do estado.

É possível que a espécie exista também em outras localidades do Espírito Santo, porém a visualização destes sapos é muito difícil.

É um animal minúsculo, de coloração idêntica às folhas mortas caídas no chão da mata, de movimentos lentos e que entra em atividade apenas durante a noite”, diz a pesquisadora.

Com uma adaptação curiosa entre os anfíbios, a espécie - que também é conhecida como sapo Pulga - sobrevive confortavelmente com a umidade das folhas.

“É um animal com uma adaptação muito interessante. Ele sofreu redução no número de falanges e no número de dedos apresentando apenas o equivalente ao nosso dedo médio. Além disso ele não vive em ambientes com água, como a maioria, para ele basta a umidade existente entre as folhas caídas”, afirma.



Fonte: G1

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