Quando ondas tomaram tamanhos quase titânicos e salvaram uma cidade
grega das garras de um exército persa há aproximadamente 2.500 anos, o
renomado historiador grego Heródoto registrou o evento como um ato de
misericórdia do deus dos mares, Poseidon.
Mas novas evidências científicas sugerem que o ocorrido foi, na
verdade, um tsunami, de acordo com o geólogo Klaus Reicherter, da
Universidade de Aachen, na Alemanha, que estudou o evento.
“Segundo a descrição de Heródoto, houve uma maré baixa bastante
duradoura, o que possibilitou aos persas irem em direção à atual
península de Kassandra, no norte da Grécia, para saquear uma cidade
chamada Nea Potidea”, conta o geólogo.
Mas antes de conseguirem
alcançá-la, a aparente boa sorte se revelou um pesadelo: ondas gigantes
atingiram a cidade e impediram o despojo persa.
Enquanto o historiador grego vê o ocorrido como uma consequência da
mão vingativa de Poseidon, Reicherter explica que o relato descreve
claramente as fases de um tsunami.
Além disso, as pistas do tsunami não se encontram apenas nos textos
antigos, mas também no chão da cidade, onde pesquisadores encontraram
conchas e areia, que datam exatamente dos anos do ocorrido descrito e
que se encontram bem longe da praia.
Reicherter afirma que as condições geológicas da península grega são
ideais para a produção de tsunamis. “Terremotos e deslizamentos, aliados
à forma colossal da base do assoalho marinho, são capazes de produzir
tsunamis de 2 a 5 metros”, informa o pesquisador de Aachen.
Segundo ele, tais pesquisas, embora inspiradas no passado, podem ajudar a descobrir quais áreas são vulneráveis aos tsunamis.
Fonte: Hypescience
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