Tal como no Sistema Solar, as órbitas de 100 milhões de outros sistemas planetários são alinhadas
Cientistas do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto e do Observatório de Genebra provaram que as órbitas alinhadas do Sistema Solar são a norma noutros sistemas planetários.
Investigadores do Centro de Astrofísica da Universidade
do Porto (CAUP) e do Observatório de Genebra (Suiça) demostraram que as
órbitas dos sistemas planetários conhecidos são alinhadas como o
Sistema Solar.
Os cientistas analisaram dados do espectrógrafo
HARPS e do satélite Kepler e um artigo sobre a sua descoberta foi aceite
para publicação na conhecida revista de referência internacional
"Astronomy & Astrophysics".
O espectrógrafo de alta precisão HARPS, localizado no Observatório
Europeu do Sul (ESO), no Deserto do Atacama (Chile), deteta variações de
velocidade até um mínimo de 4 km/hora, o equivalente à velocidade de
uma pessoa a caminhar.
Simulados 100 milhões de sistemas planetários
Na investigação foram simulados 100 milhões de
sistemas planetários com as características previstas pelo censo do
HARPS e com dispersão variável dos planos orbitais.
Os resultados foram comparados com os dados obtidos
pelo satélite Kepler e concluiu-se que são compatíveis apenas nos
sistemas com um plano orbital comum, ou seja, em que as órbitas dos
planetas estão inclinadas menos de 1 grau entre si.
Os resultados agora publicados são muito
importantes para a compreensão do mecanismo de formação e evolução de
planetas extra-solares, pois mostram que as órbitas planetárias são
predominantemente alinhadas, reforçando a ideia que os planetas se
formam num disco em redor das estrelas e limitam muito a sua evolução
dinâmica, sendo as colisões entre planetas muito raras.
Pedro Figueira (CAUP), primeiro autor do artigo
científico da revista "Astronomy & Astrophysics", afirma que "estes
resultados mostram-nos que a maneira como o Sistema Solar se formou deve
ser comum. A sua estrutura é a mesma que a dos sistemas planetários que
estudámos, isto é, com os planetas a orbitarem todos aproximadamente no
mesmo plano."
O artigo é também assinado, entre outros, por Michel
Mayor, o famoso astrofísico do Observatório de Genebra que descobriu os
primeiros planetas extra-solares.
Fonte: Expresso
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