A polícia da Coreia do Sul divulgou na terça-feira (8) imagens de
cápsulas produzidas com pó de carne humana apreendidas pela alfândega do
país.
As cápsulas, que segundo as autoridades policiais, são
contrabandeadas da China, seriam produzidas a partir de bebês mortos. Os
consumidores acreditavam em supostas propriedades medicinais do produto
e afirmaram não saber se tratar de carne humana.
Segundo a alfândega sul-coreana, as cápsulas foram feitas no nordeste
da China a partir de bebês cujos corpos foram cortados em pedaços
pequenos e secos em estufas antes de virar pó.
As autoridades, porém, não informaram o local exato de origem das
cápsulas nem quem as produziu. Segundo a agência de notícias Associated
Press, isso ocorreu para evitar problemas diplomáticos com a China. As
cápsulas de carne humana continham bactérias.
Introduzir estes comprimidos no país viola a lei que proíbe produtos
que "ferem a dignidade humana e os valores", declarou à AFP Kim
Soo-Yeon, um funcionário da alfândega.
Foto divulgada pela Alfândega Coreana
na terça-feira (8) mostra cápsulas com pó de carne humana encontradas
em Daejeon, na Coreia do Sul. O país tem intensificado o contrabando
destas cápsulas vindas da China e produzidas a partir de bebês mortos
devido a suposta propriedade medicinal do material AFP
No ano passado, oficiais chineses iniciaram uma investigação sobre a
produção de cápsulas com carne de bebês recém-nascidos e fetos, após uma
denúncia feita pela TV sul-coreana SBS que acusou empresas
farmacêuticas da China de colaborarem com clínicas de aborto para
produzir o material.
Desde agosto de 2011, a alfândega sul-coreana descobriu 35 tentativas
de contrabando de mais de 17.450 cápsulas desse tipo disfarçadas de
outros medicamentos. A maioria chega escondida em enchimentos falsos de
bagagens e bolsas apreendidas em aeroportos.
Chineses de etnia coreana, que moram na Coreia do Sul, são apontados
por um funcionário da alfândega como responsáveis pelas tentativas de
entrar com essas cápsulas no país.
Ainda segundo esse funcionário, todas as cápsulas encontradas na
segunda (7) foram apreendidas, porém ninguém foi preso porque as
quantidades eram pequenas e se destinavam ao consumo próprio, e não à
comercialização.
Ainda segundo a polícia da Coreia do Sul, as cápsulas costumam chegar
de cidades ao norte da China, como Yanji, Jilin, Qingdao e Tianjin.
Além do aspecto ético, a Alfândega alerta para o perigo de bactérias e
outros organismos prejudiciais que podem estar presentes nestas pílulas,
que de acordo com o jornal Chosun Ilbo, são vendidas entre 40.000 e
50.000 wons cada (de 27 a 34 euros).
Ao ser notificado da nova apreensão, Deng Haihua, porta-voz do ministro
da Saúde chinês, disse à agência de notícias chinesa que o país vai
reabrir as investigações para apurar a produção das cápsulas.
Fonte: UOL
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