A flatulência dos dinossauros herbívoros pode ter causado o aquecimento
do planeta há 150 milhões de anos, segundo um estudo divulgado na
segunda-feira (7) no Reino Unido.
A pesquisa, realizada por um grupo de cientistas de universidades britânicas e publicado na revista Current Biology,
calcula que os gigantes dinossauros herbívoros (saurópodes) podiam
emitir conjuntamente até 520 milhões de toneladas anuais do gás que
provoca o efeito estufa.
Para fazer o cálculo, os especialistas analisaram a proporção de metano
emitida pelos herbívoros atuais, como vacas e outros tipos de gado, de
acordo com sua biomassa.
Depois, compararam essa relação com os dinossauros herbívoros do
período Mesozóico, como o Brontossauro e o Diplodocus, que media 45
metros e pesava mais de 45 toneladas.
Estima-se que nessa época a temperatura do planeta era em média 10
graus acima do que atualmente. Os autores do estudo acreditam que os
dinossauros, da mesma forma que ocorre com as vacas, tinham em seus
aparelhos digestivos bactérias que ajudam na fermentação das plantas e
que geram metano.
"Um simples modelo matemático sugere que os micróbios que viviam nos
dinossauros saurópodes podem ter produzido metano suficiente para causar
um efeito importante no clima Mesozóico", afirmou o coordenador do
estudo, Dave Wilkinson, da universidade John Moores de Liverpool.
"De fato, nossos cálculos indicam que estes dinossauros podem ter
produzido mais metano do que todas as fontes de metano atuais juntas,
naturais ou criadas pelo homem", acrescentou.
Atualmente, as emissões anuais de metano chegam a 500 milhões de toneladas, contra 181 milhões da era pré-industrial.
Fonte: UOL
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