Ilustração mostra como seria o céu dentro de 3,75 bilhões de anos;
Andrômeda (à esq.) preenche a vista e começa a distorcer a posição da
nossa Via Láctea
Astrônomos estão usando o telescópio espacial Hubble
para determinar quando a Via Láctea irá colidir com Andrômeda, sua
galáxia vizinha.
As duas galáxias estão se aproximando devido à
gravidade que exercem uma sobre a outra. Cientistas acreditam que elas
começarão a se fundir dentro de 4 bilhões de anos.
E dentro de outros 2 bilhões de anos elas deverão ser uma única entidade. Quando isso ocorrer, a posição do nosso sol será
abalada, mas tanto o astro como os planetas que orbitam em torno dele
enfrentam pouco risco de serem destruídos.
Por outro lado, o céu noturno visto da Terra
deverá ter uma aparência espetacular. Partindo do princípio, é claro, de
que a espécie humana ainda estará presente dentro de bilhões de anos
para poder olhar para cima.
''Hoje em dia, a galáxia de Andrômeda se
apresenta para nós no céu como um pequeno objeto difuso que foi visto
pela primeira vez por astrônomos há mil anos'', afirma Roeland van der
Marel, o pesquisador sênior do Space Telescope Science Institute, de
Baltimore, nos Estados Unidos.
Fusão de galáxias
As duas galáxias estão separadas por uma distância de 2,5 milhões de
anos, mas estão convergindo a uma velocidade de aproximadamente 400 mil
quilômetros por hora.
"Poucas coisas fascinam os seres humanos mais do
que o nosso destino cósmico e qual será o nosso futuro. O fato de que
podemos prever que esse pequeno objeto difuso um dia irá engolir e
encobrir o nosso sol e o nosso sistema solar é uma descoberta
verdadeiramente notável e fascinante'', diz van der Marel.
Concepção artística mostra a colisão da Via Láctea com Andrômeda
Isso é possível porque o observatório mediu em
detalhes mais precisos do que nunca os movimentos de determinadas
regiões de Andrômeda, que também é conhecia por seu nome científico M31.
''É necessário saber não apenas como Andrômeda
está se movendo em nossa direção, mas também seus motivos laterais,
porque isso vai determinar se Andrômeda irá passar a uma boa distância
de nós ou se ela virá direto em nosso encontro'', explica van der Marel.
''Astrônomos tentam há séculos medir o movimento
lateral. Mas isso sempre falhou porque as técnicas disponíveis não eram
suficientes para realizar a medição. Pela primeira vez, fomos capazes
de medir o movimento lateral - conhecido na astronomia como movimento
apropriado - da Galáxia de Andrômeda, usando as capacidades de
observação únicas oferecidas pelo telescópio espacial Hubble.''
Simulações de computador baseadas nas
informações do Hubble indicam que as duas grandes massas de estrelas
irão eventualmente se moldar em uma única galáxia elíptica similar a
outras vistas costumeiramente no universo.
Mudança de localização
Mas apesar da provável fusão das duas galáxias,
estrelas individualmente não irão colidir porque o espaço entre elas
permanecerá sendo grande.
O abalo gravitacional deverá, no entanto, mudar a localização do sistema solar, acreditam os pesquisadores.
É provável que a fusão provoque uma vigorosa
fase de formação de novas estrelas e que nuvens de gás serão abaladas e
passem a colidir umas com as outras.
Pelo que os cientistas observaram até aqui, é
bem possível que a pequena companheira de Andrômeda, a galáxia de
Triangulum, ou M33, também entre na "briga".
Fonte: BBC
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