Três planetas orbitam a estrela Kepler-30 em uma configuração semelhante à do nosso Sistema Solar, contrariando a dinâmica vista em muitos corpos na Via Láctea (Foto: Cristina Sanchis Ojeda/Nature)
Telescópio Kepler, da Nasa, obteve dados durante dois anos e meio. Em geral, gigantes gasosos na Via Láctea têm órbita distinta da nossa.
Três planetas fora do Sistema Solar – chamados exoplanetas ou planetas
extrassolares – que orbitam uma estrela-mãe em situação semelhante à da
Terra estão descritos na edição desta semana da revista científica
“Nature”.
Essa observação lança uma nova luz sobre as condições que determinam a arquitetura de um sistema planetário.
No caso do Sistema Solar, o equador do Sol e o plano orbital dos
planetas estão praticamente alinhados, o que seria consequência da
formação dos corpos em um único disco giratório gasoso. Isso permite,
por exemplo, que possa haver luz e vida em uma extensa área do planeta,
como ocorre com a Terra.
Muitos sistemas de exoplanetas, porém, não apresentam esse mesmo
arranjo. Corpos gigantes e quentes, semelhantes a Júpiter – o maior
planeta do Sistema Solar –, estão muitas vezes desalinhados. Alguns têm
até órbitas retrógradas, ou seja, giram na direção contrária à rotação
de sua estrela principal.
Os cientistas suspeitam que grandes inclinações nas órbitas são
resultado das mesmas interações dinâmicas que produzem planetas
parecidos com Júpiter.
Desta vez, o astrofísico Roberto Sanchis-Ojeda e colegas analisaram o
trânsito dos planetas Kepler-30b, Kepler-30c e Kepler-30d ao observarem
manchas sobre a estrela Kepler-30, de massa e raio semelhantes aos do
Sol, só que mais jovem e com rotação mais rápida que a da nossa maior
estrela.
Os pesquisadores mostram que a órbita dos três planetas desse sistema
está alinhada com o equador estelar. Além disso, a órbita do trio está
alinhada uns com os outros, em uma configuração parecida com a nossa.
Nesse sistema, não há nenhum “Júpiter” quente e gasoso.
Os dados foram obtidos pelo telescópio Kepler, da agência espacial
americana (Nasa), captados durante dois anos e meio, em 27 trânsitos dos
planetas pela estrela.
Fonte: G1
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