Concepção artística mostra uma estrela
"vampira", que suga matéria da superfície da estrela maior, sua
companheira. Estudo feito com ajuda do telescópio VLT, no Chile, mostra
que a maior parte das estrelas mais brilhantes e com maior massa do
Universo vive em pares, ou seja, são sistemas binários. A quantidade é
bem maior que a estimada anteriormente ESO/L. Calçada/S.E. de Mink
Um novo estudo que utilizou o telescópio VLT, do Observatório Europeu do
Sul, no Chile, mostrou que a maioria das estrelas brilhantes de elevada
massa, responsáveis pela evolução das galáxias, não vivem isoladas.
Quase três quartos dessas estrelas têm uma companheira próxima,
quantidade bem maior que a estimada anteriormente.
A maior parte desses pares interage de modo violento, gerando
transferência de massa de uma estrela para a outra. Os cientistas
acreditam que cerca de um terço desses pares vai se fundir em algum
momento, formando uma única estrela. Os resultados serão publicados
nesta sexta-feira (27) na revista Science.
Muitas das estrelas são diferentes do Sol, como as do tipo O, que
apresentam temperatura, massa e luminosidade muito elevadas. Essas
estrelas têm vida curta e desempenham papel fundamental na evolução das
galáxias. Estão também ligadas a fenômenos extremos, tais como o das
"estrelas vampiras" (a estrela menor suga matéria da superfície da
companheira maior), e as explosões de raios gama.
"Estas estrelas são autênticos monstros," diz Hughes Sana, da
Universidade de Amesterdam, Holanda, autor principal do estudo."Têm 15
ou mais vezes a massa do nosso Sol e podem ser até um milhão de vezes
mais brilhantes. Estas estrelas são tão quentes que brilham com uma luz
azul-esbranquiçada e têm temperaturas superficiais que excedem 30 mil
graus Celsius."
Os astrônomos estudaram uma amostra de 71 estrelas de tipo O, tanto
isoladas como em pares (sistemas binários), em seis aglomerados
estelares jovens próximos na Via Láctea.
Ao analisar a radiação emitida por estes objetos com um detalhamento
inédito, a equipe descobriu que 75% de todas as estrelas do tipo O fazem
parte de um sistema binário, uma proporção mais elevada do que a
suposta até agora, e a primeira determinação precisa deste valor.
A equipe também descobriu que a proporção desses pares é muito mais
elevada do que a esperada, resultado que tem implicações profundas na
nossa compreensão da evolução de galáxias.
Fonte: UOL
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