Imagem acima é uma simulação feita pelo programa Stellarium com o que
poderá ser visto às 5h45 do dia 15: Lua, Vênus, Júpiter e a estrela
gigante Aldebaran formarão um quadrilátero no céu. Ocorrência será
apenas nesta data e horário Foto: Programa Stellarium/Reprodução
Pessoas que gostam de acordar cedo terão uma bela surpresa até o dia 20
de julho. Nesse período, haverá uma conjunção planetária entre Vênus,
Júpiter e a estrela Aldebaran (a supergigante vermelha e a mais
brilhante da constelação de Touro). O fenômeno poderá ser visto a olho
nu entre 4h30 e 6h, dependendo da região onde a pessoa estiver.
"Dizemos de modo geral que uma conjunção ocorre quando os astros
estão angularmente próximos no céu, ou seja, na mesma direção. Eles
poderão ser vistos no horizonte nascente, isto é, no lado leste, onde
'nasce' o Sol, No entanto, eles estarão com pouca elevação", explica o
professor Jair Barroso, do Observatório Nacional.
Segundo Barroso, as regiões mais próximas do equador, como o Norte do
país, por exemplo, poderão ver o fenômeno com mais facilidade.
Ele
explica que o fator longitude afeta o melhor horário para se observar a
conjunção. "Tomando como referência a hora de Brasília (fuso de 3h),
cidades da costa nordeste assistirão bem aos astros entre 4h30 e 5h.
Já
as cidades a oeste do meridiano de Brasília, e dentro do mesmo fuso
horário, verão melhor um pouco mais tarde, entre 5h30 e 6h", esclarece. O
professor ressalta ainda que o horizonte nascente precisar estar livre
de obstáculos, como, por exemplo, edifícios e morros.
"Sugiro que todos os educadores e estudantes acompanhem o fenômeno
até mesmo após o dia 15 de julho, pois o evento é extremamente didático.
Além de despertar o interesse pela ciência, a observação desse
acontecimento permite uma melhor compreensão em relação aos movimentos
da Terra e dos astros no Universo. Além disso, todos assistirão a um
verdadeiro espetáculo ao ver a 'dança' dos dois planetas com seus
'colegas' celestes", incentiva.
O astrônomo e coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e
Astronáutica (OBA), Dr. João Batista Garcia Canalle, explica que Vênus e
Júpiter, durante alguns dias, vão formar uma linha reta com Aldebaran.
Na mesma direção, mas do lado oposto à estrela e mais próximo de
Júpiter, os mais atentos poderão se deslumbrar com a beleza das
Plêiades, grupo de estrelas da constelação de Touro.
E bem à direita da
conjunção, poderão ver as famosas Três Marias da constelação de Órion.
"Os mais felizardos serão os moradores de pequenas cidades ou zonas
rurais, já que as luzes das cidades grandes ofuscam o brilho dos
astros", lembra.
Canalle enfatiza ainda que esses dois planetas são os mais brilhantes
do sistema solar. Vênus é o que mais se destacará no céu. Júpiter terá
um tom ligeiramente amarelado e estará num ponto mais alto em relação
aos outros astros da conjunção. E no dia 15, em especial, terão a
ilustre companhia da Lua em fase minguante.
"Ela terá uma luz bem cinzenta. Isso é causado pelo reflexo da luz do
Sol na Terra. E com a presença dos planetas e da brilhante Aldebaran, o
céu terá uma beleza única", reforça o astrônomo, que já alertou a todos
os professores e escolas participantes da OBA sobre o fenômeno.
Ainda segundo Barroso, no dia 21 de agosto, poderemos ver a conjunção
entre Marte, a estrela Espiga (15ª estrela mais brilhante) e Saturno.
"Eles estarão próximos no céu, porém no lado do poente, ao anoitecer, e
também poderão ser vistos a olho nu perto da Lua crescente, formando,
assim, um quadrilátero", explica.
Fonte: Terra
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