Atretochoana eiselti não tem pulmões, apesar de ser um animal considerado grande
Espécie de cobra-cega pode chegar a até 1 metro e tinha apenas dois exemplares conhecidos.
Cinco exemplares da espécie Atretochoana eiselti, anfíbio de corpo
alongado, cilíndrico e de pele lisa que pertence à família das chamadas
cobras-cegas, foram encontrados perto do local de obras de uma usina
hidrelétrica no rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia. O
animal seria o maior anfíbio apulmonado já encontrado.
O animal é considerado raro, já que apenas dois exemplares da espécie
haviam sido descobertos até então e não havia informações claras sobre a
região onde habitavam.
Os biólogos encontraram seis anfíbios - três
foram devolvidos ao rio, um morreu e os outros dois foram coletados e
enviados a centros de estudo.
Os anfíbios foram coletados no resgate de animais conduzido durante o
processo de secagem do leito do rio, chamado de ensecadeira.
O método
foi fundamental para que os animais fosse encontrados, segundo o biólogo
Juliano Tupan, analista socioambiental da Santo Antônio Energia,
empresa responsável pelas obras.
Para Tupan, um dos aspectos mais importantes da descoberta é a
confirmação do local onde o Atretochoana eiselti vive - os exemplares
encontrados anteriormente, preservados no Museu de História Natural de
Viena e no departamento de Ciências Biológicas da Universidade de
Brasília, não têm procedência específica.
"Só redescobriríamos a espécia graças a um processode ensecadeira.
Agora temos certeza de que esse animal está presente na bacia do rio
Madeira e no Pará", diz o biológo, referindo-se a outros dois exemplares
encontrados também recentemente na Ilha do Mosqueiro, em Belém.
Com a coleção de exemplares ampliada, as perspectivas de estudo da
espécie se ampliam. Um dos aspectos que deve chamar a atenção dos
pesquisadores é o fato de o anfíbio ser apulmonar e respirar pela pele.
"Agora podemos fazer novas coletas, já que temos a certeza de onde
encontrar esses animais. Vamos compreender mais sobre sua biologia,
fisiologia funcional, como seu modo de respiração. Também acreditamos
que ele se alimenta de pequenos peixes e vermes, mas não há nada
comprovado", conclui Tupan.
Fonte: Estadão
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