Rã recém-descoberta se "disfarça" em pedras de cachoeira (Foto: Hélio Ricardo da Silva/UFRRJ/Divulgação)
Em cima de rocha, anfíbio fica quase invisível; veja na foto. Espécie nova é do tamanho de unha do polegar, diz professor da UFRRJ.
Uma nova espécie de rã até então desconhecida pela ciência foi
descoberta por pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (UFRRJ).
Com 3 centímetros de tamanho, pouco maior que a unha de um polegar, segundo o professor da UFRRJ Hélio Ricardo da Silva, o anfíbio do gênero Cycloramphus foi localizado no parque Cunhambebe, na Região Metropolitana do Rio.
Uma das principais características do animal recém-descoberto é se camuflar no ambiente em que vive, diz o professor, em entrevista exclusiva ao G1.
É possível que a rã tenha capacidade de mudar de cor, ainda que de forma limitada, afirma Silva. "Ela imita a cor da rocha. Isso facilitaria o processo de disfarce. Mas ainda não temos certeza se a rã tem esta capacidade ou não", ressalta.
O nome da nova espécie vai ser definido levando em conta a ideia de camuflagem, diz o docente da UFRRJ, um dos responsáveis pela descoberta.
"Não podemos divulgar ainda o nome científico, por questões técnicas." Ele aponta que a descrição do animal deve ser publicada na revista científica internacional "Zootaxa" até o final de agosto.
O periódico aceitou a publicação e agora a pesquisa está pronta, provavelmente "aguardando uma fila" para sair na "Zootaxa", segundo Silva.
Cachoeira
De hábitos noturnos, a rã vive em fendas nas paredes verticais da cachoeira Itingussú, dentro do parque, na região da cidade de Itaguaí.
Ela é natural de região de Mata Atlântica, segundo o professor da UFRRJ. "Há áreas de respingo [na queda] em que a rã vive. Ela é toda ligada à cachoeira. Os filhotes, em vez de nadarem dentro da água, andam no filme d'água da [parede da] cachoeira", ressalta.
Rã "invisível" foi encontrada no Parque Estadual do Cunhambebe, na região metropolitana do Rio (Foto: Hélio Ricardo da Silva/UFRRJ/Divulgação)
O animal é frágil e habita uma área muito específica, na parte alta da queda d'água. A parte baixa foi represada há tempos para que o recurso natural fosse usado pela população de Itaguaí, diz Silva. "Esta espécie deveria ocorrer no rio todo, mas do ponto em que fizeram a represa para baixo ela não existe mais", pondera.
Se desmatassem o entorno da cachoeira, as rãs descobertas talvez não sobrevivessem, reflete o professor. "Na área identificada, o animal é abundante.
Então não dá para dizer que é uma espécie em extinção. Estamos avaliando a biologia dela ainda, as características."
Há diferenças morfológicas "bastante significativas" com relação a outras rãs, de acordo com Silva. Alguns destes anfíbios têm pés como nadadeiras, o que não ocorre na nova espécie. Também não há uma glândula comum nas rãs, situada entre a coxa e a cintura do animal.
Por acaso
A espécie está sendo descrita em coautoria com a pesquisadora em biologia animal Daiane Ouvernay, também da UFRRJ, afirma o professor. Ele relata que a descoberta ocorreu "por acaso", quando o grupo buscava anfíbios em bromélias.
"Estávamos fazendo um inventário de fauna geral, colecionando répteis e anfíbios. Num primeiro momento, a gente nem sabia que era uma espécie nova", diz Silva, referindo-se à pesquisa do grupo. Ele ressalta que a espécie não é venenosa.
A descoberta ajuda a entender melhor o quebra-cabeça evolutivo, na opinião de Silva. "Do ponto de vista da biologia, nós nos preocupamos em entender a história das espécies do planeta", pondera.
Fonte: G1
Com 3 centímetros de tamanho, pouco maior que a unha de um polegar, segundo o professor da UFRRJ Hélio Ricardo da Silva, o anfíbio do gênero Cycloramphus foi localizado no parque Cunhambebe, na Região Metropolitana do Rio.
Uma das principais características do animal recém-descoberto é se camuflar no ambiente em que vive, diz o professor, em entrevista exclusiva ao G1.
É possível que a rã tenha capacidade de mudar de cor, ainda que de forma limitada, afirma Silva. "Ela imita a cor da rocha. Isso facilitaria o processo de disfarce. Mas ainda não temos certeza se a rã tem esta capacidade ou não", ressalta.
O nome da nova espécie vai ser definido levando em conta a ideia de camuflagem, diz o docente da UFRRJ, um dos responsáveis pela descoberta.
"Não podemos divulgar ainda o nome científico, por questões técnicas." Ele aponta que a descrição do animal deve ser publicada na revista científica internacional "Zootaxa" até o final de agosto.
O periódico aceitou a publicação e agora a pesquisa está pronta, provavelmente "aguardando uma fila" para sair na "Zootaxa", segundo Silva.
Cachoeira
De hábitos noturnos, a rã vive em fendas nas paredes verticais da cachoeira Itingussú, dentro do parque, na região da cidade de Itaguaí.
Ela é natural de região de Mata Atlântica, segundo o professor da UFRRJ. "Há áreas de respingo [na queda] em que a rã vive. Ela é toda ligada à cachoeira. Os filhotes, em vez de nadarem dentro da água, andam no filme d'água da [parede da] cachoeira", ressalta.
Rã "invisível" foi encontrada no Parque Estadual do Cunhambebe, na região metropolitana do Rio (Foto: Hélio Ricardo da Silva/UFRRJ/Divulgação)
O animal é frágil e habita uma área muito específica, na parte alta da queda d'água. A parte baixa foi represada há tempos para que o recurso natural fosse usado pela população de Itaguaí, diz Silva. "Esta espécie deveria ocorrer no rio todo, mas do ponto em que fizeram a represa para baixo ela não existe mais", pondera.
Se desmatassem o entorno da cachoeira, as rãs descobertas talvez não sobrevivessem, reflete o professor. "Na área identificada, o animal é abundante.
Então não dá para dizer que é uma espécie em extinção. Estamos avaliando a biologia dela ainda, as características."
Há diferenças morfológicas "bastante significativas" com relação a outras rãs, de acordo com Silva. Alguns destes anfíbios têm pés como nadadeiras, o que não ocorre na nova espécie. Também não há uma glândula comum nas rãs, situada entre a coxa e a cintura do animal.
Por acaso
A espécie está sendo descrita em coautoria com a pesquisadora em biologia animal Daiane Ouvernay, também da UFRRJ, afirma o professor. Ele relata que a descoberta ocorreu "por acaso", quando o grupo buscava anfíbios em bromélias.
"Estávamos fazendo um inventário de fauna geral, colecionando répteis e anfíbios. Num primeiro momento, a gente nem sabia que era uma espécie nova", diz Silva, referindo-se à pesquisa do grupo. Ele ressalta que a espécie não é venenosa.
A descoberta ajuda a entender melhor o quebra-cabeça evolutivo, na opinião de Silva. "Do ponto de vista da biologia, nós nos preocupamos em entender a história das espécies do planeta", pondera.
Fonte: G1
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