Se você ouvisse falar que alguém está internado ou morreu porque
achou que seu pênis ou seios estavam encolhendo, provavelmente não
acreditaria. Mas isso pode acontecer.
Essa fobia, ou medo obsessivo, é uma ilusão específica de que os
órgãos genitais estão encolhendo, ou retraindo no corpo, e de que,
quando eles finalmente desaparecerem, você vai morrer.
A síndrome do Koro – ou síndrome de redução genital, ou síndrome de
Jinjin Bemar, ou síndrome de Suk Yeong – tem muitos nomes, porque
abrange diversas culturas com línguas diferentes, mas é encontrada
principalmente na China, Japão e Índia.
Especula-se que o termo “koro” venha do malaio. Supostamente, a
palavra refere-se a cabeça de uma tartaruga conforme ela se “esconde”
para dentro do casco.
Considerando que a síndrome do Koro é a crença de
que os órgãos genitais – geralmente o pênis, mas, no caso das mulheres,
os seios – estão recuando para dentro do corpo, a metáfora é válida.
Segundo os médicos, a condição é puramente um distúrbio psicológico. Ou seja, os principais perigos da síndrome são relacionados à ansiedade causada pelo medo. Consequências físicas podem
advir da prática ocasional de tentar puxar os órgãos genitais e
“trazê-los de volta”.
Um paciente de 41 anos passou 15 anos amarrando
uma corda ao redor de seu pênis e prendendo-a a um gancho acima de sua
cama, à noite, a fim de evitar que ele encolhesse. Essas medidas
extremas para “puxar os genitais para fora” do corpo são conhecidas por
causar lesão e até morte.
Uma das coisas mais notáveis sobre a síndrome é o fato de que é quase
exclusivamente encontrada em países do leste da Ásia.
Os cientistas não
sabem se isso é devido a alguma tendência intrínseca cultural para um
tipo específico de preocupação, ou se a síndrome começou como um boato
ou lenda que está sendo interpretado literalmente na região.
Segundo alguns médicos, conforme a síndrome torna-se mais conhecida
nos países ocidentais, casos esporádicos têm sido registrados aqui.
Porém, estes casos tendem a ser associados a outras doenças
psicológicas, enquanto na Ásia a síndrome é frequentemente diagnosticada
em pessoas perfeitamente saudáveis.
Diagnóstico e tratamento
São geralmente os parentes e mais próximos que percebem que a pessoa está sofrendo dessa fobia. Na tentativa de “tratar-se”, os doentes examinam constantemente os próprios genitais, ou pedem que familiares o façam.
Também colocam talas para evitar a retração dos genitais e outras medidas do tipo. Outros sintomas são distorção da imagem corporal, autoestima baixa,
obsessão por réguas e fitas métricas, medição frequente dos órgãos
genitais, inquietação, irritabilidade, depressão, pânico e ansiedade.
O aparecimento da síndrome é súbito. As causas estão geralmente
relacionadas com o desequilíbrio psicológico do doente. Os que
desenvolvem a síndrome normalmente possuem conflitos interpessoais, e
são mais vulneráveis a pressões socioculturais (que impõe tamanhos
ideais para os órgãos genitais).
O boato de que os asiáticos têm pênis
menores pode, portanto, colaborar para o aparecimento mais frequente da
síndrome por lá.
Exposição ao frio, coito excessivo, conflitos interpessoais e
pressões socioculturais, são, resumidamente, fatores que podem levar à
síndrome.
Como o distúrbio é mental, o tratamento é feito através de
acompanhamento psicológico. Psicoterapia pode regredir os sintomas e
reajustar emocionalmente o doente.
O tratamento habitual envolve também
medicação antiansiedade ou antipsicótica, para ajudar o doente recuperar
uma visão objetiva.
Fonte: Hypescience
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