Uma equipe de cientistas chineses anunciou na terça-feira ter
decifrado o DNA do camelo bactriano, passo fundamental para conhecer o
metabolismo deste animal emblemático dos desertos da Mongólia e ameaçado
de desaparecimento em estado selvagem.
A União Internacional para a
Conservação da Natureza (IUCN) define o animal como "criticamente
ameaçado" de extinção.
O camelo bactriano (Camelus bactrianus) teve 28.821 genes
codificados, incluindo muitos ligados ao metabolismo, o que explicaria
suas extraordinárias faculdades de resistência em condições extremas,
disse Meng He, da Universidade Jiaotong em Xangai.
Para se adaptar às condições do Deserto de Gobi, com temperaturas
extremas, o camelo bactriano desenvolveu a capacidade de sobreviver
muito tempo sem comida e água, armazenando gordura em seu abdômen e nas
duas corcovas.
O organismo do camelo bactriano é capaz de suportar uma temperatura
interna que oscila entre 34° e 41° ao longo do dia, seu nível de açúcar
no sangue é duas vezes mais elevado que nos demais ruminantes e ele pode
consumir oito vezes mais sal, sem sofrer de diabetes ou hipertensão.
Os geneticistas descobriram no DNA do camelo numerosos genes envolvidos
nos mecanismos de diabetes do tipo 2 e da insulina. Também encontraram
no camelo 11 cópias do gene CYP2J, relacionado à tensão arterial e a uma
alimentação muito salgada. O cavalo e o homem têm apenas um exemplar
deste gene.
Os pesquisadores, que publicam o genoma na revista britânica Nature Communications,
também identificaram no camelo uma série de genes que poderão explicar a
presença de anticorpos de alta eficiência: uma forma de imunoglobulina,
menor e mais estável, que apenas os camelídeos possuem.
Fonte: Terra
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