Mosaico de fotografias da tempestade de areia no hemisfério sul em Marte, que ocorreu no último dia 18 de novembro
A agência espacial americana (Nasa) revelou na segunda-feira ter
observado, por meio do robô Opportunity, uma enorme tempestade de poeira
na superfície de Marte, que produziu mudanças atmosféricas no planeta.
É a primeira vez desde 1970 que a Nasa estuda este fenômeno da
órbita e também de uma estação meteorológica na superfície de Marte,
destacou o site da agência espacial.
"Isto é agora uma tempestade de poeira regional", afirmou Rich Zurek,
chefe científico para Marte do Jet Propulsion Laboratory (JPL), em
Pasadena, Califórnia.
"A tempestade cobre uma região bastante ampla com sua nuvem de
poeira e em uma parte do planeta onde tormentas regionais no passado já
provocaram tempestades de poeira globais", explicou Zurek. Tormentas
regionais de poeira se expandiram no passado em Marte e afetaram grandes
áreas do planeta em 2001 e 2007.
"Uma coisa que queremos entender é por que motivo algumas
tempestades marcianas de poeira chegam a este tamanho e deixam de
crescer, enquanto outras continuam crescendo e se transformam em
globais", afirmou Zurek.
Depois de décadas de observação, os especialistas sabem que há
um fator temporal ligado às maiores tormentas de poeira marcianas,
segundo a NASA. A mais recente delas começou há apenas algumas semanas
com o começo da primavera no hemisfério sul.
No dia 16 de novembro, a sonda Mars Reconnaissance detectou um
aquecimento da atmosfera cerca de 25 quilômetros acima da tormenta.
Desde então, a temperatura da atmosfera da região aumentou em 25 graus
Celsius.
O fenômeno se deve à poeira, que se eleva acima da superfície e absorve a luz do sol nas alturas, segundo a NASA.
Temperaturas mais quentes também foram detectadas em um "lugar
quente" próximo às latitudes polares do norte, devido às mudanças na
circulação atmosférica.
Os instrumentos meteorológicos a bordo do robô norte-americano
Opportunity, em Marte desde 2004 e que se encontra, no momento, a mais
de 1.300 quilômetros da tempestade, também mediram uma mudança na
pressão atmosférica.
Se a tempestade continuar se expandindo, o Opportunity poderá
ser afetado, já que seu abastecimento depende da energia solar. Não é o
caso do veículo robótico Curiosity, que chegou ao equador marciano no
dia 6 de agosto e depende de um gerador nuclear.
A estação meteorológica do Curiosity detectou mudanças
atmosféricas ligadas à tormenta. Os sensores observaram uma queda na
pressão atmosférica e um leve aumento nas temperaturas noturnas mais
baixas.
Curiosity é um projeto de dois anos e 2,5 bilhões de dólares
que tem o objetivo de pesquisar se é possível viver em Marte e descobrir
se as condições do planeta poderiam ter abrigado vida no passado.
Fonte: Info
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