O animal com o maior número de pernas no mundo, o milípede Illacme plenipes,
foi redescoberto há muitos anos na Califórnia, Estados Unidos, por Paul
Marek, da Universidade do Arizona.
Agora, a equipe de Merek está
fornecendo detalhes da anatomia complexa do animal e de sua extrema
raridade, limitada a poucos pontos na cidade de São Francisco. O artigo
com informações detalhadas da espécie foi publicado no jornal ZooKeys.
De acordo com os pesquisadores, os milípedes têm o maior número de
pernas de qualquer grupo animal. No início, seus ancestrais tinham
apenas um par de pernas por segmento do corpo, mas com o tempo a espécie
evoluiu e passou a ter dois pares em cada parte.
Essa aglutinação de
segmentos foi um grande acontecimento na história da evolução dos
milípedes, há mais de 400 milhões de anos. Segundo o artigo, quatro
pernas fornecem um maior impulso baseado nos segmentos, o que beneficia
os milípedes e os auxilia a cavar na terra para fugir de predadores, por
exemplo.
Esses indivíduos com uma aglutinação de segmentos e, portanto,
habilidade de cavar, foram capazes de permanecer no ecossistema atual.
Uma das maiores curiosidades dos milípedes é o número de pernas da
espécie, que se alinham ao corpo de forma simultânea.
As fêmeas dos Illacme plenipes
têm um total de mais ou menos 750 pernas, ultrapassando os machos, que
possuem, no máximo, 562 pernas.
A proliferação das pernas pode ser uma
adaptação para o tipo de vida dessas criaturas, que passam grande parte
de seu tempo cavando, seja para buscar alimentos ou para se proteger de
predadores.
"Essa espécie rara é a única representante da família no hemisfério ocidental. Seu parente mais próximo, o Nematozonium filum, vive na África do Sul e a relação entra as duas espécies se estabeleceu há mais de 200 milhões de anos", afirmou Marek.
Além de ser o animal com mais pernas no mundo, o Illacme plenipes
também apresenta características anatômicas surpreendentes, como os
cabelos do corpo que produzem seda, um exoesqueleto translúcido e
marcado por "divisões ondulares", e grandes antenas (comparadas ao
comprimento do animal) que são usadas para locomoção em locais escuros,
já que não possui olhos.
A boca desses animais, diferente de outros
milípedes que mastigam com partes da boca desenvolvidas especialmente
para triturar alimentos, é rudimentar e fundido em estruturas que
provavelmente são usadas para furar e sugar tecidos de plantas ou
fungos.
Fonte: Terra
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