segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Nova versão de ufologia no país mistura espiritismo



No Brasil está surgindo uma nova modalidade de ufologia, que funde espiritismo e conhecimentos sobre seres extraterrestres. 


Em Foz do Iguaçu, por isso, apareceram vários relatos de contatos imediatos realizados com o concurso de médiuns e de casos de abdução (quando o terráqueo é levado a bordo de uma nave extraterrestre) em espírito. 


Ufologistas tradicionais não curtem a novidade. "Assim, fica difícil conquistar o reconhecimento da ciência", disse à Folha um dos participantes do fórum, pedindo anonimato. 


A psicóloga Gilda Moura, 75, especialista em estados alterados de consciência, diz ter perdido a conta dos casos de pacientes em que identificou abdução em sonho (em espírito). E se for apenas fantasia? 


"Se a pessoa tem a memória de que foi levada contra a vontade ou inconsciente, se a emoção aflora na pele, então se trata de alguém abduzido", resume Gilda. 


A reportagem acompanhou duas "vigílias ufoastronômicas" realizadas à noite no Parque Tecnológico de Itaipu, local de grande concentração de energia, segundo os organizadores, "por causa da imensa queda d'água no rio Paraná e do movimento das turbinas da hidrelétrica". 


O objetivo era tentar flagrar algum extraterrestre ou sua nave (melhor se fossem os dois juntos). Um panfleto distribuído aos participantes sugeria que se levassem câmeras fotográficas, filmadoras, binóculos e lanternas. 



ESPERANÇA


 
A meteorologia havia antecipado a má notícia de que choveria naquelas noites. Cecília Montagnier, 79, terapeuta de Porto Alegre, encontrou um jeito de entusiasmar a galera: "Gente, os ETs estão entre nós, não precisa de céu estrelado para ver". Os ônibus saíram cheios de esperança. 


Procuramos "flying-saucers in the sky", como Caetano Veloso em "London, London", mas eles nem tchuns, tímidos como parece que são. O jeito foi trocar experiências. 


Cesar Fernando Rodrigues, 22, estudante de natação, contou que estava em sua cama em uma noite de insônia, quando sentiu dedos compridos passando pela sua pele e atravessando a carne. "Eu não conseguia acender a luz, gritava de dor e medo." 


Cecília encontrou seus ETs quando fazia uma "vigília" em que cuidava dos espíritos de mais de mil índios mortos em um massacre; "eles apareceram quando dois sóis iluminavam o céu -um a leste, outro a oeste", disse. 


A médica Monica de Medeiros, 57, do ABC Paulista, disse ter sido levada ainda criança pelos "baixinhos cinzentos", como ela chama os ETs que a abduziram. Reprimida, passou anos sem contato algum. Até que, aos 46 anos, retomou a "conversa" com eles. 




UM SER APARECEU


 
"Um dia, eu fazia a leitura do Evangelho [Segundo o Espiritismo, de Alan Kardec] em minha casa e um ser apareceu. A temperatura caiu muito, os relógios pararam, os aparelhos pararam. A cabeça dele era oblonga, o nome era Vishna e era um ser zetareticuliano", disse. Ah bom!


Os "levados" ou "abduzidos" -ou que acreditam ter sido- já são tantos que, dentro de seis meses, os mesmos organizadores do 4º Fórum pretendem realizar um novo encontro. Só para contatados imediatos de terceiro grau. 





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