quarta-feira, 27 de março de 2013

Conhecimento sobre mumificação no Antigo Egito está totalmente errado, diz pesquisa




Teorias de 2.400 anos atrás sobre como os egípcios embalsamavam múmias estão incorretas.


Segundo os novos resultados divulgados pelo Journal of Comparative Human Biology, cientistas canadenses analisaram 150 múmias antigas, o resultado com novas evidências mostraram que nem sempre o coração era deixado no lugar ou que os intestinos só eram removidos com ‘enemas’ de óleo de cedro, como se pensava anteriormente.


No processo de mumificação todos os órgãos deveriam ser retirados com exceção do coração, pois acreditava-se que ele era necessário para a próxima vida. Porém, as análises mostraram que 25% das múmias identificadas tiveram seus corações deixados no local.


A remoção do coração parece coincidir com o período de transição, quando a classe média teve acesso a mumificação, obtendo assim o costume de deixar o coração por ser um símbolo de status depois desse ponto, relata Andrew Wade, antropólogo da Universidade de Western Ontario.


Muitas das informações sobre a mumificação egípcia vem de Heródoto, um historiador grego do século V a.C. Heródoto descreveu os níveis de primeira e segunda classe de embalsamamento. 
 
 
A elite, segundo ele, tinha uma fenda na região da barriga, através da qual os órgãos eram removidos. Enquanto as múmias de classes mais baixas tinham órgãos devorados com ‘enemas’ de óleo de cedro, semelhante à terebintina, um solvente orgânico.


No entanto, pesquisadores desmentem essa fonte histórica, indicando que não houve a utilização do óleo de cedro, tal como era descrito por Heródoto.


"Muitas de suas considerações podem soar mais como histórias de turistas, por isso estamos reticentes avaliar tudo o que ele disse”, disse Andrew Wade.


Andrew Wade, co-autor do estudo e seu colega Andrew Nelson, pesquisaram também sobre como eviscerações aconteciam, ou seja a remoção das vísceras.


Uma de suas principais conclusões foi a de que para os egípcios de classe alta, a evisceração foi realizada às vezes através de uma fenda na parte traseira, e não pelo abdômen como de costume.


O embalsamamento era um processo complexo e demorado. Havia um ritual, com etapas. Na primeira etapa: Evisceração, os órgãos eram retirados. 
 
 
O cérebro era o primeiro, puxado pelo nariz com uma pinça ou gancho. A segunda etapa: Desidratação, os órgãos retirados eram lavados, perfumados e colocados em vasos separados, enquanto o corpo era coberto com natrão, um tipo de sal. Essa etapa demorava cerca de 40 dias.


A terceira: Preenchimento, os embalsamadores começaram a preencher os corpos com chumaços de pano, palha, serragem, para que a múmia ficasse com uma boa aparência. 
 
 
A última etapa: O processo de enfaixar o corpo começava pelos dedos, seguido do rosto e tórax. Eram colocados nas faixas óleos aromáticos e amuletos.


No processo de mumificação, enormes taxas eram cobradas para fazer um egípcio imortal, segundo a tradição. Estima-se que cerca de 70 milhões de múmias foram criadas antes da prática ser extinta.


Acredita-se que o processo de mumificação foi interrompido pelo aumento gradual do cristianismo nas áreas da América do Sul, Egito e México. De acordo com este seguimento religioso, a mumificação foi declarada pagã.




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