De alguma forma, às vezes a ideia de que existem universos paralelos
parecidos com o nosso, porém onde certos eventos não ocorreram (como o
ataque nuclear a Hiroshima ou o lançamento dos filmes 1, 2 e 3 de Star
Wars), soa reconfortante. Mas o que a ciência tem a dizer sobre isso?
Para ilustrar a questão, a equipe do canal do YouTube MinutePhysics
criou um vídeo em que combinam narração e desenhos.
“Se o universo é
‘tudo o que há’, você não pode ter duas versões dele, certo? Do
contrário, o par seria ‘tudo o que há’, ao invés do que você começou
chamando de ‘universo’”, explicam os autores.
O grande problema, nesse caso, seria a terminologia. Físicos
informalmente dizem “universo” quando na verdade querem dizer “universo
observável”, ou seja, a parte do universo que conseguimos ver até agora.
Nesse caso, não haveria problema em falar que há outros universos
observáveis, tão distantes que a luz que vem deles ainda não chegou até
nós, mesmo em bilhões de anos de existência.
Quando se fala em “universos paralelos”, dizem os autores, seria mais
preciso usar o termo “multiversos”, que normalmente se refere a três
modelos bastante distintos uns dos outros (nenhum confirmado ou testado
experimentalmente):
Universos bolhas
“A ideia é que há outras partes do universo muito distantes, ou
dentro de buracos negros, que nós provavelmente jamais veremos”,
resumem. “Esse modelo foi criado para explicar por que nosso universo é
tão bom em formar estrelas, galáxias, buracos negros e vida”.
Cada um desses universos poderia ter leis da Física levemente
diferentes, mas apenas alguns (ou, quem sabe, apenas o nosso) teria a
Física necessária para permitir a existência de vida (ou de planetas, ou
de qualquer outra coisa) como conhecemos.
Membranas e dimensões extras
De acordo com esse modelo,o nosso universo é “apenas” um espaço com
três dimensões contido em um conjunto maior, que tem nove dimensões
espaciais.
“Se o espaço tiver nove dimensões, há lugar suficiente para
vários universos de três dimensões que seriam aparentemente como o
nosso, mas, como as páginas de um jornal, seriam apenas parte de um
conjunto”. Essas “superfícies” são chamadas de “membranas”.
Múltiplos mundos da mecânica quântica
Baseado em princípios como o da incerteza quântica, o modelo sugere
que todos os possíveis desdobramentos de qualquer evento ocorrem, mas
nós vivemos em uma sequência específica deles.
Em outro universo, por
exemplo, você teria ganho um Prêmio Nobel – porém não ganhou no universo
em que estamos devido a uma longa e complexa cadeia de eventos.
Observação difícil (mas não impossível)
Estudos do espaço e da mecânica quântica podem ajudar a avaliar
melhor esses três modelos, uma tarefa árdua, mas que faz parte do
“trabalho” da ciência.
“Como sempre”, finalizam os autores do vídeo, “devemos nos lembrar de
que Física é ciência, não filosofia, e que em nossas tentativas de
explicar o universo que observamos, temos que fazer afirmações que, a
princípio, podem ser testadas e, então, testá-las”.
Fonte: Hypescience
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