Leonid Rogozov durante a cirurgia
Na madrugada do dia 1º de maio de 1961 (pelo horário local), Leonid
Rogozov retirava o próprio apêndice, salvava sua vida e entrava para os
anais da medicina.
O relato da operação, feita pelo filho de Rogozov,
Vladislav, também médico, em uma revista científica, foi baseado no
diário do soviético.
"É uma situação absolutamente excepcional e
desesperadora, porque não se tem outra solução", diz Pedro Martins,
professor da PUCRS e chefe do serviço de cirurgia-plástica do hospital
São Lucas, em Porto Alegre.
"(O apêndice) está dentro da cavidade abdominal. Então é
uma cirurgia cavitária, uma cirurgia que as vezes é muito difícil.
(...) É uma situação absolutamente excepcional e desesperadora, porque
não tem outra solução", diz o médico brasileiro. "É impressionante. É
uma coisa fantástica."
Para o médico, se o russo demorasse mais, o caso poderia
piorar e ele talvez não tivesse mais condições físicas nem mentais de
se operar.
"Ele conseguiu intervir em uma fase que ele poderia, sozinho,
resolver. Se ele estivesse em uma fase, digamos, mais avançada, ele
próprio não teria um nível de bom senso capaz de operar", diz o
cirurgião ao explicar que o problema poderia se espalhar e afetar o
médico, que poderia até mesmo ficar em choque.
Rogozov foi conhecido por ter que operar a si mesmo para salvar sua
vida. Ele era o único médico em uma estação soviética durante o inverno
antártico.
Sem possibilidade de resgate do mundo exterior, e à beira da
morte, ele foi obrigado a abrir o próprio abdome para tirar seu
apêndice.
Fonte: Terra
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