A guerra deixa marcas: armas, lesões nos esqueletos, covas em grupo, habitações fortificadas - o que não foi encontrado em massa durante recentes escavações. A partir de novas análises, arqueólogos contestam a afirmação de que os primeiros humanos guerreavam Foto: Douglas P. Fry / Divulgação
Pesquisadores sugerem que a guerra não está no nosso sangue, mas é um comportamento adotado há relativamente pouco tempo entre humanos.
Apesar de alguns estudiosos afirmarem que conflitos violentos fazem
parte da natureza humana, arqueólogos encontraram evidências de que os
primeiros humanos matavam outros humanos principalmente por questões
pessoais - e a guerra, o conflito entre grupos opostos, é um
desenvolvimento mais recente na história.
Essa nova pesquisa contradiz
estudos anteriores que entendiam sociedades nômades
de caçadores-coletores (frequentemente tratadas como modelos do
comportamento humano inicial) como grupos violentos. O estudo será
publicado na edição desta semana da revista Science.
Os pesquisadores Douglas Fry e Patrik Söderberg
analisaram 148 casos de agressão letal documentados em exemplares desses
primeiros humanos em um conjunto de 21 sociedades
de caçadores-coletores diferentes.
Eles descobriram que a maior parte
das mortes foi causada individualmente - e pode, em sua grande maioria,
ser classificada como assassinato, e não o resultado de guerra, de
acordo com os arqueólogos.
Cerca de 85% dos casos envolveram homicidas e
vítimas que pertenciam ao mesmo grupo, e aproximadamente dois terços de
todos os eventos letais nessas sociedades podem ser atribuídos a
disputas familiares, competição por sexo, acidentes ou execuções por
punição.
Foi descoberta pouca evidência de comportamento belicoso
entre esses grupos, confrontando a noção de que os primeiros humanos
estavam constantemente atacando outros grupos.
No entanto, ainda não há
certeza de que os exemplares analisados podem representar o
comportamento de todos os humanos daquele período, e o estudo ainda deve
ser alvo de debate.
Os pesquisadores responsáveis pelo modelo, Fry e
Söderberg, sugerem que a guerra não está, afinal, no nosso sangue, mas é
um comportamento adotado há pouco tempo na história humana.
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