Bruna Silva Gobbi, de 18 anos, estava na praia de Boa Viagem, onde passava férias com a família. Desde 1992, quando foi iniciada a contagem, é o 24º óbito registrado no litoral pernambucano e o 59º ataque.
A turista paulista Bruna Silva Gobbi, de 18 anos, atacada por um
tubarão na tarde de ontem, na Praia de Boa Viagem, em Recife, morreu
volta das 23h30.
Bruna teve parte da perna esquerda amputada, apresentou
um quadro de parada cardiorrespiratória e estava na Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) do Hospital da Restauração.
Desde 1992, quando foi
iniciado o registro deste tipo de acidente, 24 pessoas morreram e 59
foram atacadas.
Bruna passava férias com a família na capital
pernambucana e estava no mar, acompanhada de uma prima, quando foi
atacada por volta das 13h.
— Estávamos em um grupo de pessoas, eu,
ela, nossos primos de Olinda, a mãe dela e a avó. Eu e ela estávamos no
raso e percebemos que tinha um buraco, um declive, e não conseguíamos
pisar no chão.
Nessa hora um dos nossos primos pediu ajuda a um dos
salva-vidas. Pouco depois de eu ter sido colocada no jet-ski dos
Bombeiros, Bruna foi atacada — contou ao G1 a prima de Bruna, Daniele Souza Gobbi.
O
momento do ataque foi registrado pelas câmeras de monitoramento do
projeto Segurança na Orla, da Secretaria de Defesa Social (SDS).
As
imagens mostram a movimentação de Bruna e Daniele no mar, além da
chegada dos bombeiros e manchas de sangue na água após o ataque.
No
vídeo, dois bombeiros aparecem entrando no mar a nado para resgatá-las.
Usando uma moto aquática, um terceiro bombeiro resgata as banhistas.
Depois, todos saem em direção à faixa de areia.
A prima de Bruna acrescentou que conhecia o histórico de ataques de tubarão na praia recifense:
— Sabíamos que havia riscos de ataque, mas eu não achava que seria tão no raso, e sim no fundo.
De
acordo com a a cirurgiã vascular Maria Cláudia Albuquerque, que atendeu
Bruna, a estudante chegou ao hospital com a pressão a zero, em estado
grave.
No caminho ao hospital, Bruna sofreu paradas cardiorrespiratórias
e, ao chegar, passou por uma cirurgia, onde teve a perna esquerda
amputada cerca de 15 centímetros acima do joelho, e foi encaminhada à
Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
— Foram feitas todas as
medidas de suporte e ela foi levada ao bloco cirúrgico para uma
avaliação. A lesão apresentada no membro foi muito extensa. Pedaços da
musculatura e do tecido ósseo foram perdidos. Precisávamos de uma
atitude rápida para conter o sangramento e tentar salvar a vida da
paciente — contou ao G1.
Família foi alertada sobre riscos
Era
a primeira vez que a jovem visitava a cidade, onde ficaria até a
quarta-feira, a princípio.
Presidente do Comitê Estadual de
Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), Rosângela Lessa, disse
ao G1 que família de Bruna foi informada pelo Corpo de
Bombeiros que estava em uma área de risco. Mesmo assim, o grupo teria
se recusado a sair do mar.
— A família foi abordada pelos
bombeiros, que explicaram que era uma área em que havia possibilidade de
ataques e pediram que saíssem da água. Eles então ficaram monitorando
[o grupo] do posto de observação, tanto que chegaram ao ponto
rapidamente, quando o ataque ocorreu.
Segundo Rosângela, há 44
pares de placas sinalizando a ocorrência de ataques de tubarões,
distribuídas em 30 quilômetros do litoral pernambucano — uma delas, a
menos de 100m do local do incidente desta segunda. Sem exames do
ferimento, não é possível precisar a espécie do tubarão que atacou a
jovem paulistana.
— A gente só pode supor, dentro de uma hipótese
bem ampla, que são as espécies que já se envolveram em incidentes
anteriores, que são o cabeça-chata e o tigre — relatou Rosângela o G1.
O
corpo da turista paulistana será encaminhado ao Instituto de Medicina
Legal. Ainda não há informações sobre traslado do corpo, velório e
enterro.
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