terça-feira, 23 de julho de 2013

Morre turista paulista atacada por tubarão em Recife





Bruna Silva Gobbi, de 18 anos, estava na praia de Boa Viagem, onde passava férias com a família. Desde 1992, quando foi iniciada a contagem, é o 24º óbito registrado no litoral pernambucano e o 59º ataque.
 
 
A turista paulista Bruna Silva Gobbi, de 18 anos, atacada por um tubarão na tarde de ontem, na Praia de Boa Viagem, em Recife, morreu volta das 23h30. 
 
 
Bruna teve parte da perna esquerda amputada, apresentou um quadro de parada cardiorrespiratória e estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Restauração. 
 
 
Desde 1992, quando foi iniciado o registro deste tipo de acidente, 24 pessoas morreram e 59 foram atacadas.
 
 
Bruna passava férias com a família na capital pernambucana e estava no mar, acompanhada de uma prima, quando foi atacada por volta das 13h.


— Estávamos em um grupo de pessoas, eu, ela, nossos primos de Olinda, a mãe dela e a avó. Eu e ela estávamos no raso e percebemos que tinha um buraco, um declive, e não conseguíamos pisar no chão. 


Nessa hora um dos nossos primos pediu ajuda a um dos salva-vidas. Pouco depois de eu ter sido colocada no jet-ski dos Bombeiros, Bruna foi atacada — contou ao G1 a prima de Bruna, Daniele Souza Gobbi.


O momento do ataque foi registrado pelas câmeras de monitoramento do projeto Segurança na Orla, da Secretaria de Defesa Social (SDS).


As imagens mostram a movimentação de Bruna e Daniele no mar, além da chegada dos bombeiros e manchas de sangue na água após o ataque. 


No vídeo, dois bombeiros aparecem entrando no mar a nado para resgatá-las. Usando uma moto aquática, um terceiro bombeiro resgata as banhistas. Depois, todos saem em direção à faixa de areia.


A prima de Bruna acrescentou que conhecia o histórico de ataques de tubarão na praia recifense: 

— Sabíamos que havia riscos de ataque, mas eu não achava que seria tão no raso, e sim no fundo.


De acordo com a a cirurgiã vascular Maria Cláudia Albuquerque, que atendeu Bruna, a estudante chegou ao hospital com a pressão a zero, em estado grave. 


No caminho ao hospital, Bruna sofreu paradas cardiorrespiratórias e, ao chegar, passou por uma cirurgia, onde teve a perna esquerda amputada cerca de 15 centímetros acima do joelho, e foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI).


— Foram feitas todas as medidas de suporte e ela foi levada ao bloco cirúrgico para uma avaliação. A lesão apresentada no membro foi muito extensa. Pedaços da musculatura e do tecido ósseo foram perdidos. Precisávamos de uma atitude rápida para conter o sangramento e tentar salvar a vida da paciente — contou ao G1.


Família foi alertada sobre riscos


Era a primeira vez que a jovem visitava a cidade, onde ficaria até a quarta-feira, a princípio. 


Presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), Rosângela Lessa, disse ao G1 que família de Bruna foi informada pelo Corpo de Bombeiros que estava em uma área de risco. Mesmo assim, o grupo teria se recusado a sair do mar.


— A família foi abordada pelos bombeiros, que explicaram que era uma área em que havia possibilidade de ataques e pediram que saíssem da água. Eles então ficaram monitorando [o grupo] do posto de observação, tanto que chegaram ao ponto rapidamente, quando o ataque ocorreu.


Segundo Rosângela, há 44 pares de placas sinalizando a ocorrência de ataques de tubarões, distribuídas em 30 quilômetros do litoral pernambucano — uma delas, a menos de 100m do local do incidente desta segunda. Sem exames do ferimento, não é possível precisar a espécie do tubarão que atacou a jovem paulistana.


— A gente só pode supor, dentro de uma hipótese bem ampla, que são as espécies que já se envolveram em incidentes anteriores, que são o cabeça-chata e o tigre — relatou Rosângela o G1.


O corpo da turista paulistana será encaminhado ao Instituto de Medicina Legal. Ainda não há informações sobre traslado do corpo, velório e enterro.



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