Parece loucura, mas transplantes de cabeça no estilo “Frankenstein” podem se tornar realidade.
Até hoje coisas ‘malucas’ como transplantar uma cabeça humana é fruto apenas da imaginação dos roteiristas de cinema em filmes de ficção científica. Mas, de acordo com declarações de um cirurgião renomado, isso pode se tornar realidade.
O procedimento tem sido realizado em macacos, mas os avanços tecnológicos conseguidos nos últimos tempos estão tornando esta cirurgia algo palpável, sendo possível até mesmo a reconexão de fibras na coluna vertebral, o que pode demonstrar uma possibilidade futura para humanos.
O neurocirurgião Dr. Sergio Canavero, pesquisador do Turim Advanced Group Neuromodulation, acredita que uma operação para transplantar uma cabeça completa em um ser humano levaria mais de 36 horas, com a participação de 100 cirurgiões das mais diversas especialidades, além de um custo estimado em R$ 18 milhões de reais.
No ano de 1970 o neurocirurgião americano, Dr. Robert White, transplantou com sucesso a cabeça de um macaco. Em 2001, uma equipe médica nos EUA conseguiu realizar, também com sucesso, uma cirurgia muito similar.
O macaco transplantado conseguia cheirar, abrir os olhos e sentir o sabor dos alimentos, mas ele não podia se movimentar porque não era possível uma reconexão da medula espinhal, o que levou à morte do animal após algumas horas do procedimento.
A esperança vem de avanços recentes em células nervosas, o que faz os médicos imaginarem que a medula espinhal não é mais uma barreira quando o assunto é transplante de cabeça.
Um artigo publicado na Surgical Neurology International, declara: “O maior obstáculo técnico para o transplante de cabeça é, naturalmente, a reconexão de receptores da medula espinhal”.
A cabeça a ser transplantada deve ficar refrigerada em uma temperatura de 12 ºC, não ultrapassando os 15 ºC.
Os médicos então teriam, no máximo, uma hora para remover ambas as cabeças, para iniciar o procedimento de religação. Esse tempo não pode ser ultrapassado porque 1 hora é o período máximo que o cérebro humano consegue sobreviver sem um fluxo constante de sangue e oxigênio.
O cirurgião ressalta que a medula espinhal precisa ser cortada com um bisturi afiadíssimo e ser ligada posteriormente de forma mecânica.
“O corte é a chave para a fusão da medula espinhal, na medida em que permite que os axônios proximalmente cortados se fundam com seus homólogos distais”.
Ele prossegue: “Esta fusão explora os chamados fusogens selantes...[que] são capazes de reconstituir imediatamente as membranas celulares danificadas pela lesão do bisturi, independente de qualquer mecanismo de vedação endógeno conhecido”.
Enquanto a cabeça é reconectada, o corpo precisa ser refrigerado e colocado em parada cardíaca total. O coração então é ressuscitado após o transplante.
As pesquisas estão avançando utilizando ratos de laboratório. Nos experimentos, seus movimentos após a cirurgia foram limitados. O médico ainda ressalta que substâncias como polietilenoglicol (PEG) têm sido usadas para ligar a medula de cães que foram cortadas propositadamente.
Fonte: Jornal Ciência
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